Investigações da Polícia Civil do Amazonas sobre as mortes no sistema prisional de Manaus, registradas em maio em quatro unidades prisionais, já identificaram mais de dez detentos responsáveis diretamente pelas execuções dentro das celas. Desde que os crimes ocorreram, os trabalhos acontecem em duas frentes: identificar quem ordenou e quem executou os homicídios. Até agora, 21 pessoas ligadas a uma facção criminosa foram presas em seis estados do país por ordenar as mortes.
As investigações da Força-Tarefa da Polícia Civil começaram no dia 31 de maio e os trabalhos têm a coordenação do delegado Tarson Yuri Silva Soares. A maioria dos autores já identificados é do Centro de Detenção Provisório (CDPM). Nesta frente, o foco inicial é na definição dos executores das mortes.
Em outra frente, o Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), da Polícia Civil, vem atuando para desvendar as motivações da matança. No final de julho, o DRCO deflagrou a operação “Guará” e prendeu 20 pessoas nos estados do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Santa Catarina. Os detidos integravam uma organização criminosa e tinham envolvimento com as motivações da matança, conforme a investigação.
Também em julho, a esposa de um narcotraficante foi presa no Aeroporto de Guarulhos, enquanto tentava embarcar para Barcelona, com a família. Ela também tinha envolvimento com as mortes nas unidades prisionais.
De acordo com o delegado Tarson Yuri, as oitivas estão em andamento nas unidades carcerárias da capital, onde mais de 30 pessoas já foram ouvidas. “São suspeitos de autoria das mortes e sobreviventes, que relatam como tudo ocorreu naquele dia”, disse.
Cinco inquéritos estão em fase de documentação, quatro deles no 20º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e do 28º DIP.