A fotografia que comprovaria a presença de indígenas isolados nos municípios de Silves e Itapiranga (a 203 e 227 quilômetros de Manaus, respectivamente), no interior do Amazonas, contém indícios de manipulação. A avaliação foi feita pelo perito Allan Almeida Reis, que é especialista em perícias criminais e ciências forenses.
A imagem está no centro da polêmica que pode interromper as atividades da empresa Eneva, que realiza a exploração de gás natural em Silves. O debate envolve questões jurídicas, técnicas e políticas, incluindo suspeitas de manipulação e interferência entre órgãos públicos.
De acordo com laudo, pedido do site BNC Amazonas, a imagem passou por perícia técnica para constatar a veracidade do registro e investigar a existência de possíveis alterações fraudulentas, como montagens, manipulações ou supressão.
Adulteração
A análise pericial revelou indícios de adulteração (exame destinado a determinar se os registros de imagens passaram por alguma modificação), conforme o documento.
“Sem desconsiderar qualquer avaliação adicional, que possa ser pertinente ao caso em questão, é possível afirmar que a imagem analisada não se mostra autêntica, apresentando indícios de manipulações que sugerem possíveis adulterações tais como: montagens, adições e supressões”, afirmou o perito no laudo.
A análise foi realizada por Allan Reis que, além de especialista na área, é perito judicial do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) desde 2012, credenciado no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) e presidente nacional da Comissão Especial de Perícias Forense do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Sem confirmação
A foto teria sido fornecida por integrantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que teriam realizado expedição na área e avistado indígenas isolados.
Em um documento da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), enviado ao Ministério Público Federal (MPF), o órgão argumenta “alta probabilidade” de existência de indígenas na região. No entanto, a Funai admite não ter confirmação definitiva e recomenda novas expedições para investigação.
Redação BMA
