A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e um Sustentabilidade (Semmas) informou que segundo os dados do programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a fumaça que encobriu Manaus nesta quarta-feira, 20/9, veio do interior do Estado, principalmente nos municípios da Região Metropolitana de Manaus.
O titular da pasta, Antonio Stroski, explicou ainda que não foram registrados casos de incêndios ou queimadas em Manaus, no período entre os dias 19 e 20 de setembro.
“Lamentavelmente, hoje, a população de Manaus se depara com um cenário de fumaça em toda a área urbana. Os nossos registros, que conseguimos apurar do Inpe, são as imagens de satélite que detectam a grande ocorrência de queimadas presentes na área metropolitana de Manaus; há um destaque para a quantidade oriunda do município de Autazes, de 32 focos. Na área urbana de Manaus, não existe nenhum registro. Nós consultamos também o Corpo de Bombeiros de ontem para hoje, e não há registro de nenhum incêndio, nenhum foco de queimada, de grande porte, que possa contribuir com esse cenário que nós estamos vivendo”, disse Stroski.
A Região Metropolitana de Manaus - RMM é composta por 13 municípios: Autazes, Careiro, Careiro da Várzea, Iranduba, Itacoatiara, Itapiranga, Manacapuru, Manaquiri, Manaus, Novo Airão, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Silves.
De acordo com os dados do Inpe, nesta semana, de 17 a 20 de setembro, os municípios com mais focos de queimada são: Lábrea, Boca do Acre, Autazes, Canutama, Guajará, Novo Aripuanã, Humaitá, Anamã, Borba e Coari. Manaus sequer aparece na relação de focos.
No total, foram 511 focos em 46 cidades, das 62 do Amazonas.
Mudanças climáticas
O secretário também mencionou os alertas relacionados à mudança climática, e orientou a população sobre as queimadas urbanas, que são crimes ambientais e causam diversos danos à saúde humana e ao meio ambiente.
“Nós queremos alertar a população de Manaus, pois estamos vivendo, sim, uma situação de mudança climática. Estamos vivendo, neste momento, o período do verão amazônico, que se estende até meados de outubro, com baixa pluviosidade, poucos ventos, temperatura média diária também acima do esperado, e não há como conviver com a prática do uso do fogo, seja para cuidar dos resíduos, para limpar um quintal e retirar a vegetação. Isso tem que ser abolido. Lembrando que quem faz o uso do fogo está incorrendo na possibilidade de receber duas infrações, uma é administrativa, que é a multa aplicada pela secretaria, e ainda corre o risco de responder criminalmente”, completou o titular.
Sensibilização
A Prefeitura de Manaus vem intensificando as ações da campanha de sensibilização e combate às queimadas urbanas. Por meio das blitze “Manaus Sem Fumaça”, as orientações são levadas para pontos estratégicos da cidade e nas zonas onde a Semmas recebe mais denúncias por conta de queimadas.
“Desde o início da administração do prefeito David Almeida, nós colocamos o programa 'Manaus Sem Fumaça', e nós reestabelecemos essa ação, que é colocada antecipadamente para a população de Manaus, por meio de vídeos, campanhas na televisão, rádios, entre outros. Nós também fizemos algumas blitze em locais estratégicos, como na balsa do Careiro, na ponte Rio Negro, a última foi na rodovia AM-010. Então, o município de Manaus agiu preventivamente, mas precisamos, agora, estabelecer um diálogo com os municípios da região metropolitana, para que a gente supere esse problema”, reforçou o secretário Antonio Stroski.