A região central de Manaus é importante parte da história contada por seus edifícios, muitos erguidos na Belle Époque, em meio a residências e ruas de intenso comércio. Além da beleza arquitetônica, tem a beleza de viver, trabalhar, cozinhar e ocupar esses casarões e prédios, mantendo a história ou escrevendo novos capítulos.
E a gastronomia amazônica não poderia ficar de fora do maior festival de artes integradas da região Norte, o “Manaus Passo a Paço 2024”, apresentando toda uma variedade de sabores, saberes, variedades de pratos e da culinária que bebe na fonte da ancestralidade indígena.
Os sabores, texturas e aromas da gastronomia estão concentrados na praça de alimentação do festival, desde o clássico tacacá até o creme de camarão, farofa de jabá, bolo de banana, sanduíches e petiscos para agradar paladares e bolsos de todos os segmentos sociais.
A venezuelana Joana Boliva, 40, vende chips de banana-pacovã, batata chips e pipocas nas versões salgada e doce. Com seu carrinho instalado bem na entrada de quem vem pela avenida 7 de Setembro, ela aproveita o movimento do público e tenta curtir um pouco do festival. “Dá para curtir um pouco sim, mas o trabalho é intenso e vale muito a pena”.
Como consumidora, a técnica de segurança do trabalho Carol Gal, 39 anos, é uma frequentadora dos festivais desde os primeiros anos e diz que a cada ano o evento apresenta mudanças e melhora a experiência de quem vai ao “Manaus Passo a Paço 2024”.
“Acredito que a organização faz um upgrade de um ano para outro, sempre melhorando. A diversidade dos pratos e lanches está boa, com o padrão de quitutes e petiscos. Sentimos mais falta de uma área de doces, principalmente da famosa torta de banana que todo amazonense adora comer. Mas o diferencial do evento é ter boa comida e preços acessíveis”, comentou a técnica, que estava no segundo dia para prestigiar a banda Maneva, que se apresentou no palco Alfândega.
Além da praça de alimentação, os frequentadores do festival podem contar ainda com a gastronomia oferecida no mirante Lúcia Almeida, inaugurado este ano pela Prefeitura, que conta com diversas operações comerciais, incluindo dois restaurantes, além de lanches, café da manhã e quiosques.
Quem é apaixonado por pratos típicos ainda tem chance de conferir a praça de alimentação no último dia do festival, neste sábado (7/9).
“Foi essencial que Manaus tenha essa identidade com seus patrimônios e o evento faz parte deste movimento de reabilitação de cidades. É uma forma da própria cidade e dos seus cidadãos se apropriarem do que é nosso”, falou o arquiteto e urbanista Pedro Paulo Cordeiro, diretor de Planejamento do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), responsável pelo projeto e obra do programa “Nosso Centro”, que entregou quatro obras na região: o mirante, largo de São Vicente, casarão Thiago de Mello e Píer Turístico 355.