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Gerente de banco, pastor e pai de santo aplicavam golpes em professores no AM

Em aproximadamente um ano, a quadrilha movimentou mais de R$ 3 milhões em decorrência do esquema criminoso

A ação policial foi deflagrada na segunda-feira (02/06)

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio do 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), apresentou, nesta terça-feira (03/06), os resultados da Operação Lousa Negra, que resultou na desarticulação de uma organização criminosa responsável por aplicar golpes envolvendo crédito consignado em professores da rede pública de ensino. Em aproximadamente um ano, a quadrilha movimentou mais de R$ 3 milhões em decorrência do esquema criminoso.

A ação policial foi deflagrada na segunda-feira (02/06), ocasião em que sete pessoas foram presas, suspeitas de integrar o grupo criminoso. Conforme as investigações, que duraram cerca de três meses, os envolvidos atuavam em uma rede de estelionatos direcionada a servidores da área da educação, tanto na capital quanto no interior do estado.

Durante a operação, foram presos Alan Douglas Pereira Barbosa, Jean Fábio França de Souza, John Harry Santos da Silva, Luís Gonçalves da Silva, Luiz Roberto Lima Fonseca, Manoel Moreno Penha Júnior e Samuel da Costa Matos.

Conforme o delegado Cícero Túlio, titular do 1° DIP, os suspeitos coletavam informações referentes à margem consignável de professores e, de posse desses dados, falsificavam documentos e aliciavam pessoas para se passarem pelas vítimas em agências bancárias, onde realizavam contratos fraudulentos de empréstimo.

“Parte da quadrilha atuava como correspondente bancário, facilitando a abertura de contas e o encaminhamento dos processos de crédito consignado. Gerentes de agências bancárias da capital autorizavam os pagamentos dos empréstimos e recebiam comissões oriundas dos valores desviados”, informou o delegado.

Segundo a autoridade policial, a maioria das transações era autorizada de forma irregular por esses gerentes, que deliberadamente deixavam de submeter os pedidos aos comitês internos de análise financeira das instituições, favorecendo o grupo criminoso.

“Isso possibilitava o recebimento dos valores por meio de um procedimento simplificado conhecido como ‘clique único’, que dispensava o comparecimento presencial nas agências, sendo operacionalizado por meio de aplicativo bancário”, relatou Cícero Túlio.

Entre os presos estão três correspondentes bancários, além de um gerente de banco e um pastor. Alan Douglas, gerente de uma instituição bancária privada em Manaus, também preso durante a operação, já é investigado em outro inquérito policial, relacionado a um golpe milionário envolvendo a liberação irregular de financiamentos e de limites em cartões de crédito para a aquisição fraudulenta de veículos.

De acordo com o delegado, o pastor John Harry, juntamente com Luiz Roberto Lima Fonseca e Manoel Moreno, atuava como corretor. Eles eram responsáveis por receber documentos falsificados e intermediar, com os titulares dos correspondentes bancários, a abertura de contas e o envio da documentação aos gerentes que autorizavam os empréstimos.

“Jean Fábio, Samuel da Costa Matos e Marcos Pitter atuavam como correspondentes bancários e tinham a função de intermediar com o gerente Alan Douglas a concessão fraudulenta de crédito consignado. Em um ano, a quadrilha movimentou mais de R$ 3 milhões”, contou.

As vítimas só tomavam conhecimento dos golpes cerca de dois meses após a contratação fraudulenta, quando os descontos começavam a aparecer em seus contracheques, referentes aos empréstimos que jamais solicitaram.

Procurados

Continuam foragidos: Pablo Kzar Andrade Costa, Peter Kalil Andrade Costa, Rafael Bruno Lima de Souza e William da Rocha Bezerra, conhecido como “Sombra” (fotos em anexo); além de Manoel David Miranda de Melo, Crisney Uchôa Correia e Marcos Pitter Lemos da Silva, que não possuem imagens.

Denúncias podem ser feitas pelos números (92) 99118-9177, disque-denúncia do 1º DIP, ou pelo 181, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM). “A identidade do denunciante será preservada”, afirmou Cícero Túlio.

Procedimentos

Todos responderão pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, falsa identidade, falsificação de documentos públicos e particulares, estelionato e uso de documentos falsos. Os presos serão submetidos a audiência de custódia e permanecerão à disposição do Poder Judiciário.

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