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HUGV realiza pela primeira vez procedimento que retira tumores por meio de pequena incisão no nariz

A técnica cirúrgica consiste na retirada de tumores por meio de uma pequena incisão pelo septo nasal ou pelo lábio superior.

A iniciativa só foi possível a partir da criação do Serviço, no dia 02 de outubro

O Hospital Universitário Getúlio Vargas da Universidade Federal do Amazonas (HUGV-Ufam), filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realizou pela primeira vez, após a criação do Serviço de Cirurgia de Hipófise, o procedimento por via transesfenoidal. A técnica cirúrgica consiste na retirada de tumores por meio de uma pequena incisão pelo septo nasal ou pelo lábio superior.

A cirurgia foi realizada no dia 10 de novembro em uma paciente do sexo feminino. Ela iniciou acompanhamento no HUGV esse ano e buscou tratamento por conta de um adenoma de hipófise (um tumor benigno na região da glândula hipófise) não funcionante, ou seja, que não produzia hormônio. Entre as principais queixas estava a perda da visão periférica em ambos os olhos.

A cirurgia de alta complexidade durou cerca de três horas, na qual foi realizada a ressecção completa do tumor. Após o procedimento, a paciente já apresentava melhora da visão do lado esquerdo.

A técnica é utilizada em pacientes que tenham tumores da região selar, ou seja, tumores intracranianos, localizados em uma região profunda do cérebro. O neurocirurgião, Robson Amorim, explica que ela é chamada também de sela túrcica “é como se fosse uma sela mesmo, onde repousa e está guardada a hipófise. Como eles estão profundos, muito na base do crânio, é possível chegar pelo nariz. Dessa maneira, evitamos fazer uma cirurgia aberta no crânio.”

Tratamento multidisciplinar

Robson justifica que para os tumores da região selar o melhor para o paciente é contar com uma equipe multidisciplinar. Precisa de um endocrinologista especialista em neuroendocrinologia, porque a hipófise é responsável pela liberação dos hormônios do corpo e controla outras glândulas, daí a importância de fazer o acompanhamento desde o pré-operatório. Já o otorrinolaringologista é o responsável pelo acesso a essa região por meio do endoscópio, permitindo uma visualização mais ampliada da região e o neurocirurgião é o responsável pela cirurgia.

“Agora contamos com os três serviços unidos para fazer a melhor cirurgia possível em tumores dessa região. Com a criação do Serviço temos um protocolo de conduta, toda uma sistematização do tratamento, o que vai ser bem melhor para o paciente. Inclusive, já temos cerca de 20 pessoas aguardando pela cirurgia”, enfatizou o neurocirurgião.

O chefe do Serviço de Otorrinolaringologia do HUGV, Diego Carvalho, complementa que qualquer doença da região clival/esferoide, ou seja, na transição entre o nariz e o crânio, pode ser acessado por essa combinação de técnicas.

“Na abordagem endoscópica transesfenoidal, conseguimos operar o sistema nervoso central por meio de um acesso por dentro do nariz. Isso reduz em muito as morbidades, embora os riscos ainda continuem pela delicadeza do ato cirúrgico e incluem: cegueira, alterações oftalmológicas, hemorragias e outros”, descreve o médico Diego.

Estruturação do serviço

A iniciativa só foi possível a partir da criação do Serviço, no dia 02 de outubro, que passou a contar com uma atuação conjunta da Otorrinolaringologia, Endocrinologia e Neurocirurgia.

Este marco representa um passo significativo na consolidação do Hospital como um centro de referência para tratamentos relacionados à hipófise na região Norte. “Estamos imensamente felizes com este primeiro sucesso cirúrgico em equipe, que reforça nossa dedicação em proporcionar cuidados de excelência e avanços médicos significativos para nossos pacientes”, explica a endocrinologista e preceptora Ilana Marques.

A endocrinologista Ilana acrescenta ainda a relevância desse novo momento para a melhoria da qualidade da formação de especialistas. “Atuar em condições complexas, como nos casos do tratamento clínico e cirúrgico de tumor hipofisário, é um grande diferencial para a formações de profissionais da área”, finalizou.

Sobre a Ebserh

O Hospital Universitário Getúlio Vargas faz parte da Rede Hospitalar Ebserh desde novembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

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