O diretor-presidente do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (Immu), Paulo Henrique, não descarta um aumento da passagem do transporte coletivo em Manaus. Ele disse ainda que os aumentos salariais concedidos aos rodoviários e de combustíveis ocorridos nos últimos anos foram absorvidos pelo município.
As declarações foram durante cessão de tempo na Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta segunda-feira (15). Na ocasião, Paulo Henrique apresentou balanço financeiro do transporte coletivo na capital. A manifestação é dia após o Sindicato dos Rodoviários marcar para a quarta-feira (17) greve em resposta à falta de acordo do pagamento de reajuste salarial de 12% da categoria.
“Nós temos uma pressão muito grande porque estamos no mês de reajuste dos rodoviários. Isso (reajuste de 12%) vai representar cerca de R$ 63 milhões a mais de maio até o final do ano. O sindicato dos empresários está acenando com o repasse da inflação, que está em 4,10%. É uma prévia apenas, mas essa porcentagem vai representar algo em torno de R$ 18 milhões. Qualquer que seja o aumento dos rodoviários nós vamos ter impacto no custo operacional e no custo que a prefeitura paga”, afirmou o diretor-presidente do IMMU.
Atualmente, a tarifa técnica do transporte público é de R$ 5,88. Desse total, R$ 2,08 são subsidiados pela Prefeitura de Manaus para que a passagem seja mantida em R$ 3,80, valor que está congelado desde fevereiro de 2017.
De acordo com o IMMU, o desequilíbrio entre a oferta e demanda de passageiros tem dificultado a manutenção da tarifa. Segundo o órgão, no mês de março, por exemplo, a demanda apresentou índice 16% menor do que a oferta.
“O transporte no Brasil todo não sobrevive mais sem subsídio. A exemplo de outros países do mundo, o Brasil chegou na era do subsídio. Nos países europeus o transporte é subsidiado o que se discute hoje é como vai ser feito esse subsídio, a partir de onde, qual recurso vai ser realocado para o subsídio e como fazer melhor o controle dele. O que a gente tem trabalhado ao longo desses dois anos são os mecanismos de controle”, defendeu Paulo Henrique.
O diretor-presidente disse que a prefeitura tem feito estudos para reduzir os custos do modal. Segundo o IMMU, sete empresas são responsáveis pela operação de 1.108 coletivos distribuídos em 215 linhas. A frota atendeu mais de 9,5 milhões de passageiros no mês de fevereiro, em Manaus.
Contrário ao aumento
Dos 41 vereadores de Manaus, Rodrigo Guedes (Podemos) foi o único a se posicionar contra eventual aumento da tarifa. “Não cabe aumento de tarifa. A gente precisa melhorar o sistema para que seja discutida qualquer elevação da tarifa paga pelo usuário do transporte coletivo. O subsídio é alto mas é o preço que a prefeitura optou para que a gente tenha continuidade do sistema”, disse o parlamentar de oposição durante o pequeno expediente.
Greve
Na última sexta-feira (15), a Prefeitura de Manaus informou, após receber notificação do Sindicato dos Rodoviários, que convocará uma reunião, antes do dia 17, com os sindicatos dos trabalhadores e o patronal para mediar as negociações e, posteriormente, com o prefeito David Almeida, para determinar quais medidas serão tomadas para evitar a paralisação de 100% da frota.
Fonte: Toda Hora