O vice-governador do Amazonas, Tadeu de Souza (Avante), voltou a defender a repavimentação da BR-319, única ligação terrestre entre Manaus e o restante do país. Por meio de suas redes sociais, nesta terça-feira (26/08), Tadeu afirmou que a falta de manutenção na rodovia federal, há quase 40 anos, agrava os custos de transporte e reflete diretamente nos altos preços de combustível, alimentos e medicamentos no estado.
“É preciso dizer com clareza: A estrada já existe, já foi asfaltada no passado e a reconstrução de um trecho de pouco mais de 400 quilômetros já deveria ser uma questão superada há décadas. Mas, por burocracia e ideologia, o Amazonas ainda é obrigado a discutir o que, para qualquer outro Estado da Federação, seria apenas a manutenção de uma rodovia federal”, defendeu.
Tadeu lembrou que, durante as estiagens de 2023 e 2024, quando os rios tiveram a navegação comprometida, a BR-319 foi considerada a alternativa viável de logística. “Quando os rios baixam, o custo logístico aumenta até 90% por conta da taxa de pouca água cobrada por algumas companhias de navegação. Isso encarece a comida, o remédio e o combustível que chegam à população”, apontou o vice-governador.
O vice-governador criticou também os vetos presidenciais à Lei de Licenciamento Ambiental, que travaram novamente o avanço das obras. “Isso significa que o Amazonas vai continuar pagando mais caro, além de manter comunidades inteiras isoladas por uma decisão que ignora a nossa realidade. Isso não é preservação, é ausência do Estado brasileiro”, criticou.
Política de exclusão
O vice-governador defendeu que a reconstrução da BR-319, principalmente no chamado trecho do meio, pode ser feita com responsabilidade ambiental, a partir de soluções técnicas com base na ciência e tecnologia, com a participação das comunidades locais. Para Tadeu, manter a rodovia sem condições de tráfego é condenar o Amazonas a um ciclo de exclusão.
“Manter a BR-319 como ela está hoje significa condenar o Amazonas a um ciclo de exclusão, enfraquecer a fiscalização ambiental, porque a gente sabe onde o Estado não chega, chega o madeireiro, chega o posseiro, chega o garimpeiro, chega o crime organizado”, pontuou Tadeu.
Em artigo intitulado “BR-319 é infraestrutura básica, não ameaça ambiental”, publicado em julho deste ano no site Poder360, Tadeu de Souza já havia se posicionado sobre os impactos negativos do atraso das obras da rodovia na vida da população amazonense.