A variedade de dispositivos eletrônicos não para de aumentar conforme o tempo passa, desde celulares e computadores até câmeras e eletrodomésticos. Com o passar dos anos, acumulamos cada vez mais aparelhos, muitos dos quais acabam se tornando obsoletos e ocupando espaço desnecessário em nossas casas, escritórios e lojas.
Você já parou para pensar quanto tempo seus aparelhos eletrônicos duram? Entre os dispositivos com menor vida útil no mercado, estão os smartphones e tablets, que geralmente apresentam defeitos em menos de três anos. No entanto, os usuários podem estender um pouco mais essa durabilidade, conseguindo mantê-los funcionais por até cinco anos com os devidos cuidados.
Os computadores e notebooks geralmente têm uma média de vida útil próxima aos três anos, porém podem se manter operacionais por períodos mais prolongados devido ao fato de permanecerem inativos por mais tempo em comparação com os dispositivos portáteis.
Já os eletrodomésticos como geladeiras e freezers têm uma vida útil mais longa, variando em média entre sete e dez anos. Essa maior durabilidade se deve em parte aos avanços tecnológicos e materiais mais robustos utilizados nesses tipos de equipamentos.
Inovação permite estimar vida útil de aparelhos
Pensando na dificuldade de estimar o tempo de vida útil exato desses equipamentos, o pesquisador Sérgio de Souza Abreu coordenou a criação do Projeto Sherlock Holmes, desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT). Trata-se de uma iniciativa inovadora que combina pesquisa e inteligência artificial (IA) para mapear a durabilidade desses componentes eletrônicos. A aplicação da IA em amostras desses componentes permite estimar sua vida útil remanescente, um aspecto crucial para a indústria de eletrônicos.
“Cada componente eletrônico tem uma vida útil determinada pelo fabricante, indicando até quando ele deve ser utilizado com segurança. No entanto, se um componente ultrapassa essa data limite e é incorporado em um produto final, como um notebook ou celular, podem surgir problemas durante a fabricação ou mesmo após a venda para o consumidor final. Isso representa um desafio significativo para os fabricantes, que baseiam suas garantias na qualidade e na vida útil estimada dos componentes”, afirma Sérgio.
O Projeto Sherlock Holmes atua como uma ferramenta preventiva, utilizando resultados de testes em amostras desses componentes para estimar sua vida útil real. Dessa forma, as empresas de manufatura podem tomar decisões mais assertivas sobre o momento adequado para utilizar esses componentes, evitando complicações na produção e garantindo a qualidade dos produtos finais.
“O software Sherlock Holmes está disponível para empresas interessadas e funciona em conjunto com uma bateria de ensaios específicos. Por exemplo, uma fabricante de placas de notebooks pode utilizar o software para verificar se um componente específico, como o componente X, é adequado para sua linha de produtos, considerando a garantia que precisa oferecer, como dois anos, por exemplo”, conclui.
Os testes realizados no laboratório incluem ensaios de envelhecimento acelerado e de molhagem, sendo o INDT a única empresa na região Norte a realizar esses ensaios. Com os dados desses testes, a IA do Sherlock Holmes é capaz de analisar e inferir a vida útil real do componente, proporcionando maior segurança e eficiência para as empresas fabricantes de eletrônicos e para os consumidores.
Sobre o INDT
O Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT) foi fundado em 2001 pela Nokia. Em 2013, passou a atuar como Centro de P,D&I da Microsoft, permanecendo até 2016, quando se tornou um instituto independente, mantendo-se como um dos maiores Centros de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do País. O INDT oferece soluções nas áreas de Software, Hardware & Firmware, Comunicação e Redes, Manufatura Avançada, Veículos Autônomos e Robótica, Materiais e Química, e BioTech.