Brasília (DF) – Anunciado como um divisor de águas na política de certificação de produtos no país, o programa “Inmetro na Palma da Mão” entra em operação com a promessa de modernizar a forma como o consumidor brasileiro se relaciona com os selos de qualidade do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). A iniciativa é liderada por Márcio André Brito, presidente do instituto, que vem apostando em digitalização, rastreabilidade e participação ativa da sociedade para combater falsificações e ampliar a confiança nos produtos certificados.
A base do programa é um novo selo digital, com elementos visuais e tecnologia desenvolvida em parceria com a Casa da Moeda do Brasil. O selo contém QR Code, tintas especiais e dispositivos de segurança que permitem ao consumidor verificar, por meio do celular, se o produto realmente passou pela certificação do Inmetro.
“Quando o consumidor vê a marca do Inmetro em um produto, precisa ter a certeza de que por trás dela existe uma estrutura robusta e confiável”, afirmou Márcio André. “Com o novo selo, será possível verificar, de forma simples e imediata, se o produto é verdadeiro ou não", assinala Márcio André.
Produtos que entram primeiro
Nesta primeira fase, três categorias de produtos serão contempladas com o novo selo:
- Capacetes de motociclistas
- Extintores de incêndio
- Cilindros de gás natural veicular (GNV)
A expectativa do Inmetro é que, ao longo dos próximos meses, novos segmentos da indústria regulada passem a adotar o selo digital. A ampliação ocorrerá conforme o cronograma definido pela autarquia, com prioridade para itens de segurança e alto risco de falsificação.
Consumidor como fiscal
Uma das principais inovações do programa está na ideia de transformar cada consumidor em um fiscal do Inmetro. A frase tem sido repetida por Márcio André em eventos e entrevistas:
“Serão 200 milhões de brasileiros que se tornarão fiscais do Inmetro. Todos os consumidores poderão verificar a confiabilidade de seu produto com o celular. E, caso o selo seja suspeito de falsificação, poderão encaminhar denúncia diretamente aos nossos canais”, declarou o presidente.
A leitura do QR Code leva a uma página com informações sobre o lote, fabricante, validade e dados da certificação. Se houver inconsistência, é possível abrir uma denúncia automática — fortalecendo a atuação da sociedade civil na fiscalização de mercado.
Segurança reforçada e rastreabilidade
O novo selo é impresso exclusivamente pela Casa da Moeda, o que elimina o uso de gráficas terceirizadas e melhora o controle sobre a emissão de certificações. A estrutura também integra bancos de dados internos do Inmetro, permitindo maior rastreabilidade do ciclo de vida de cada produto regulamentado.
Segundo o instituto, a estratégia também dialoga com as diretrizes da Estratégia Nacional de Infraestrutura da Qualidade (ENIQ) e com acordos internacionais de certificação, como os firmados recentemente com países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
“Queremos que o selo do Inmetro não seja apenas uma marca obrigatória na embalagem, mas um símbolo de confiança ativa, que o consumidor possa acessar, verificar e confiar de verdade”, concluiu o presidente.
