Vinte cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes iniciaram o ano de 2023 com a liberação para a instalação da rede 5G. A expectativa é que todos os municípios deste porte tenham condições de receber a tecnologia até julho de 2025, segundo o cronograma divulgado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O processo vem sendo realizado de forma gradativa no país e deve ser concluído até 2029.
Até o momento, apenas as capitais, o Distrito Federal e algumas cidades de médio porte podem instalar estações para o uso do 5G. No entanto, pode ser que a população destas localidades precise esperar mais um pouco para utilizar a tecnologia. O acesso depende da oferta do serviço pelas empresas de telecomunicações.
As operadoras de telefonia iniciaram uma corrida para assegurar a oferta da tecnologia 5G. Em comunicado emitido à imprensa, a Claro (BCPS4) afirmou que o serviço está disponível nas capitais e no Distrito Federal. No momento, a empresa trabalha para ampliar a oferta no estado de Minas Gerais.
A Vivo (VIVT3) informou que seguirá o calendário da Anatel e que a expansão do serviço depende de condições técnicas e autorizações municipais. Já a Tim (TIMS3) também destacou que vem seguindo as datas estabelecidas pelo órgão regulador.
A Oi (OIBR4) não comercializa mais planos de celular para novos clientes. A oferta do 5G para os antigos consumidores está acontecendo de acordo com o cronograma da Anatel.
Levantamento realizado pela Conexis Brasil Digital mostrou que, só no ano passado, as empresas de telecomunicações investiram R$ 37 bilhões por conta da implantação do 5G no país. A cifra é inédita para o setor. Para 2023, é esperada a continuidade dos investimentos.
Interesse pela tecnologia
A oferta do 5G interessa consumidores, empresários e investidores. Pesquisa realizada pela Ericsson apontou que 69% dos brasileiros que usam celular pretendem atualizar os aparelhos para o acesso à nova rede. Outros 24% já possuem telefones compatíveis com a tecnologia.
Para as empresas, investir na instalação de estações que possam ofertar o serviço é garantir a fidelidade e a possibilidade de prospecção de clientes e investidores.
O setor nacional de telecomunicações é apontado como atrativo para os investimentos. As empresas são responsáveis por criar e operar a infraestrutura para a transmissão de dados de voz, vídeo e texto, através de telefone fixo, celular e via satélite. O serviço é considerado essencial e, por isso, apresenta uma demanda crescente de consumidores.
Além disso, o setor de telecomunicações é altamente regulamentado, o que contribui para que a gestão das empresas obedeça aos parâmetros de qualidade exigidos pela Anatel. Quando isso não ocorre, a companhia deve realizar adaptações a fim de evitar advertências e penalidades.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a gestão dos negócios e os resultados obtidos por uma companhia são fatores analisados por quem deseja investir na compra de ações de uma empresa.
Aliada às características de gestão e à demanda do setor de telecomunicações, a perspectiva é que o trabalho de inovação e modernização da rede de infraestrutura para disponibilizar o 5G no país possa atrair investidores e, assim, impactar positivamente os ativos das empresas da área na Bolsa de Valores (B3).
O mercado financeiro reage à lei da oferta e da procura. Quando há o aumento da demanda por ações de uma companhia, ela passa por um processo de valorização.
O que é o 5G?
Chamada de quinta geração das redes móveis, o 5G representa uma evolução em relação à quarta geração (4G), usada atualmente. A nova tecnologia tem capacidade para comportar um maior volume de informações trocadas pelos aparelhos conectados. Em contrapartida, o tempo para a transmissão de dados é menor.
Na prática, os usuários terão a possibilidade de acessar informações de voz, texto e vídeo com maior qualidade e rapidez. Além disso, o aumento da capacidade significa a possibilidade de acesso de um número maior de usuários.