O governo brasileiro condenou nesta terça-feira (9) as "ameaças de uso da força" contra o país, depois que a Casa Branca assegurou que Donald Trump "não teme usar o poder econômico e militar", em meio ao julgamento por golpismo de seu aliado Jair Bolsonaro.
"O governo brasileiro condena o uso de sanções econômicas ou ameaças de uso da força contra a nossa democracia", afirmou em nota o Ministério das Relações Exteriores.
"Não tenho medidas adicionais para anunciar hoje, mas [...] o presidente [Trump] não teme usar o poder econômico e militar dos Estados Unidos para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, ao ser perguntada sobre a possibilidade de novas medidas contra o Brasil após as tarifas e sanções impostas em represália pelo julgamento de Bolsonaro.
Com resultado parcial de 2 a 0 para uma condenação por golpismo, o Supremo Tribunal Federal (STF) retomará nesta quarta-feira o julgamento do ex-presidente, acusado de tentar permanecer no poder após perder as eleições para Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.
Três dos cinco ministros que compõem a Primeira Turma do STF formariam maioria suficiente para condenar Bolsonaro, que pode pegar mais de 40 anos de prisão. O veredicto será conhecido até sexta-feira.
Em agosto, Trump impôs tarifas de 50% a produtos brasileiros sob o argumento de que existe uma "caça às bruxas" contra Jair Bolsonaro. Também aplicou sanções contra ministros do Supremo e outras autoridades brasileiras.