O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), por meio da 2.ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus, iniciou nesta terça-feira (09/12), o julgamento de Anderson Silva do Nascimento e de Geymison Marques de Oliveira, réus no processo n.º 0211356-90.2018.8.04.0001, desmembrado do processo original relativo ao “Massacre do Compaj”, como ficou conhecida a rebelião ocorrida no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, em 1.º de janeiro de 2017, e que resultou na morte de 56 pessoas.
Anderson Silva do Nascimento e Geymison Marques de Oliveira respondem pelos crimes acumulados, incluindo: homicídio qualificado (56 vezes), praticado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas; vilipêndio de cadáver (46 vezes, referente aos atos de esquartejamento e decapitação); tortura (26 vezes, contra as vítimas antes da morte); organização criminosa (pela afiliação e atuação estruturada dentro de uma facção criminosa).
O julgamento está sendo presidido por um colegiado de magistrados. O Ministério Público também destacou três promotores de justiça para atuar no primeiro julgamento.
Anderson Silva do Nascimento está preso e foi apresentado para julgamento, no Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis. Geymison Marques de Oliveira está em liberdade provisória e não compareceu ao júri. Seu advogado, presente em plenário, solicitou a participação do réu por videoconferência, o que foi autorizado pelo Colegiado de Magistrados.
O julgamento terá a oitiva de 15 testemunhas, podendo este número aumentar ou ser reduzido, pois depende tanto da defesa, quanto da acusação.
A sessão de julgamento foi aberta às 10h30, quando aos magistrados, reunidos, decidiram pelo segredo de justiça do processo, determinando que o plenário fosse esvaziado. O julgamento deverá se estender por, pelo menos, três dias, e a previsão é que, nesta terça-feira, a sessão seja suspensa entre 17h e 19h, para a retomada dos trabalhos na manhã de quarta-feira.
Este vai ser o primeiro de uma série de 22 processos a serem julgados, relativos ao “Massacre do Compaj”. Os outros 21 processos estão na pauta da 2.ª Vara do Júri para o ano de 2026.