A Justiça Federal condenou quatro réus da Operação Maus Caminhos pelos crimes de organização criminosa e obstrução de investigação, a partir de denúncia do Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas. As penas somadas totalizam 36 anos e dois meses de reclusão, além do pagamento de multa para cada um dos réus condenados. O grupo foi denunciado em 2016 por envolvimento no esquema de desvio de recursos do sistema público de saúde do Amazonas.
O médico Mouhamad Moustafa, apontado na denúncia como líder do grupo, foi condenado pelos crimes de organização criminosa e obstrução de investigação a 15 anos e quatro meses de prisão e ao pagamento de 800 dias-multa. Para cada dia, é fixado o valor de cinco salários mínimos. A multa imposta a Mouhamad ultrapassa R$ 3,8 milhões.
Priscila Marcolino Coutinho, apontada como chefe do núcleo financeiro do grupo, foi condenada pelos crimes de organização criminosa e obstrução de investigação a 12 anos e oito meses de prisão e ao pagamento de 599 dias-multa. Também parte da cúpula da organização, a enfermeira Jennifer Naiyara Yochabel Rufino Correa da Silva foi condenada pelos mesmos crimes a três anos e dez meses de prisão e ao pagamento de 173 dias-multa. A pena inicial de Jennifer foi reduzida em razão de acordo de colaboração premiada celebrado com o MPF.
O empresário Alessandro Viriato Pacheco foi condenado pelo crime de organização criminosa a quatro anos e quatro meses de reclusão e ao pagamento de 160 dias-multa.
A sentença ainda determina a perda de bens apreendidos com os réus, destinando-os em favor da União. A lista de itens inclui pelo menos 20 automóveis, cinco imóveis, uma aeronave Cessna XLS 500, uma lancha, dinheiro em espécie, computadores, telefones celulares, relógios de pulso, sapatos e bolsas de grife, joias, garrafas de vinho e obras de arte.