Fazer campanha política no interior do Amazonas desafia a logística de deslocamentos dos candidatos. Maior Estado da nação em extensão territorial, os rios se transformam em estrada, até pelo alto custo das viagens aéreas. Profundo conhecedor do interior do Estado, o engenheiro civil Afonso Lins é um dos poucos que já percorreram os 62 municípios do Amazonas. Candidato a deputado estadual pelo Partido Verde, Afonso revela que prefere o deslocamento mais comum usado pela população, de acordo com a realidade do município.
Para Humaitá, por exemplo, o engenheiro usou dois métodos: primeiro cruzou a BR-319. Depois, foi de avião a Porto Velho (RO) e em seguida pegou a estrada que une a capital rondoniense ao município amazonense. Para Tefé, foram 14 horas de lancha. No Alto Solimões, passou por Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença e Atalaia do Norte também em longas viagens aquáticas, como fazem os moradores da região.
“Eu prefiro ir de barco, conhecendo gente, ouvindo as pessoas sobre a realidade local. Por mais que a viagem seja mais longa, assim eu posso conversar com as pessoas e ouvir sobre seus principais problemas. Se eu optasse por avião, a viagem seria mais rápida, mas o contato com quem realmente mora no local não seria tão verdadeiro”, analisa.
Afonso tem formação em Direito e Economia, além da engenharia civil, e nunca ocupou um cargo eletivo. Em 2018, decidiu concorrer justamente por acreditar que o parlamentar precisa estar preparado para representar a população.
Para Afonso, essa dificuldade na logística do Amazonas será uma das bandeiras do seu mandato. Com a experiência como presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM) e superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Estado, Afonso promete unir o incentivo ao setor primário à articulação pela recuperação de estradas, portos e aeroportos no interior do Estado.