A mãe de uma menina de 10 anos que foi estuprada pelo avô reclama que a Polícia Civil não tomou nenhuma providência sobre o caso. O crime acontecia desde janeiro em Itacoatiara (AM), distante 176 quilômetros de Manaus, e foi registrado no dia 5 de março na delegacia da cidade. O advogado do réu, Richardson Aranha, nega as acusações e afirma que seu cliente é inocente.
A mãe tomou conhecimento do estupro da menina pela família de uma amiga da filha. O pedido de socorro da menina foi feito de madrugada, por meio de um vídeo publicado em uma rede social.
“Ela acabou vendo um vídeo meu que eu tinha postado sobre o meu avô, que ele mexia comigo, que ele ficava me assediando e ela viu e perguntou se eu estava bem. E eu disse que não, mas que não era pra ela falar para alguém porque ninguém acreditava em mim e ele estava me ameaçando e ele pegava o celular da minha avó e via as coisas para eu não contar para ninguém”, disse a criança. “Ele dizia que seu eu contasse para alguém ele ia fazer bem pior”.
A família da amiga mostrou as conversas para a mãe da vítima, que estava em Manaus. As mensagens são do dia 3 de março, quando ela foi abusada pela última vez
“Quando eu comecei a ler, eu me assustei, porque era uma situação que eu jamais iria imaginar que estava acontecendo. Foi quando eu liguei para minha filha. Como eu moro em Manaus e ela estava em Itacoatiara no momento, eu liguei para ela e perguntei, que não era para ela esconder nada de mim, né?", disse a mulher
"Foi quando ela disse: ‘mãe, meu avô fica mexendo comigo. Fica passando a mão em mim, passa a mão nas minhas partes íntimas’”.
O laudo médico comprovou que a menina foi vítima de abuso pelo avô paterno. Os pais da menina são divorciados e a guarda é compartilhada. Além da menina de 10 anos, eles também tem outra filha, de 6 anos. Em janeiro, as duas crianças foram passar uma temporada com pai, em Itacoatiara. Mas a vítima foi morar com os avós paternos, que também moram na cidade.
Segundo a vítima, os abusos começaram naquele mês. Agora, as duas meninas estão com mãe. A mulher conta que a avó das crianças, mulher do abusador, sofreu um AVC recentemente. “Ela não se movimentava direito. Como chegava à noite, ele fechava a porta do quarto, ela fechava a porta do quarto e ligava o ar-condicionado e ele ficava fora, na sala. Era quando ele aproveitava as situações para ir até o quarto onde ela ficava, na cozinha, ou no banheiro, para ele fazer esse tipo de coisa”, disse a mãe da vítima.
Em nota, a Polícia Civil do Amazonas informou que o delegado Paulo Torres, de Itacoatiara, ouviu 10 pessoas sobre o caso e aguarda a conclusão de laudos oficiais para avaliar se irá pedir "medidas cautelares” como, por exemplo, a prisão do suspeito.
“Eu estou me sentindo sozinha. Como mãe, como mulher, principalmente hoje, na situação que eu me encontro com as crianças, que eu tenho medo, que eu tenho que estar me escondendo, porque eu tenho medo realmente de acontecer qualquer coisa com a gente, e também estou grávida de 3 meses. Então, para que isso não aconteça algo pior, tanto comigo, com as crianças eu estou me sentindo mal”, disse a mulher.
Enquanto isso, a menina, junto com a mãe, espera por uma resposta.
Fonte: G1 Amazonas