Para se adequar a uma tendência mundial, de otimização de espaços, os sepultamentos começaram a ser realizados em gavetas, no cemitério Nossa Senhora Aparecida, bairro Tarumã, zona oeste da capital. Dos 39 sepultamentos realizados entre a última quarta-feira (4) e a quinta-feira (5), 18 foram feitos nesse novo formato, de um total de 6 mil gavetas públicas já disponibilizadas nessa primeira etapa do projeto de verticalização de jazigos.
As famílias também têm a opção de realizar a cremação. Esse é outro serviço disponibilizado atualmente pela Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp), em parceria com crematório local.
O sepultamento tradicional, com a abertura de cova, continuará sendo feito em outro cemitério público, o de Nossa Senhora da Piedade, localizado na avenida Torquato Tapajós, no Tarumã, ou no cemitério onde as famílias tenham jazigo concedido pelo município, desde que esteja regularizado e dentro do prazo legal – após quatro anos do último sepultamento.
“Realizamos esta semana os primeiros sepultamentos dessa forma, o que já havíamos iniciado no cemitério indígena. Estamos nos adequando e seguindo uma tendência mundial, de otimizar espaços. Estamos conversando com as famílias, que podem optar pelo sepultamento vertical, pela cremação ou pelo sepultamento tradicional”, afirmou o secretário da Semulsp, Sabá Reis.
Ele explicou ainda que já são limitados os espaços para o sepultamento tradicional, nos seis cemitérios públicos localizados na área urbana da cidade. Por isso, a necessidade da expansão, agora, verticalizada (sepultamentos em gavetas). “Precisamos abrir as possibilidades e pensar no futuro”, frisou.
Está em processo de licitação a construção da próxima etapa dos módulos de sepulturas verticais, também no cemitério Nossa Senhora Aparecida, devendo chegar a um total de 22 mil gavetas. No local, tendas também serão construídas, para que os familiares possam fazer pequenas cerimônias de despedida dos entes queridos.
Menor impacto ambiental
A verticalização de sepulturas, segundo a Semulsp, também ajuda a minimizar os impactos ambientais ocasionados pelo enterro de corpos, que pode gerar impactos negativos na água, no solo, no ar e ainda potencializar doenças, devido os restos mortais estarem em contato direto com a terra. O que não ocorre nos sepultamentos em gavetas, já que os corpos estão no concreto, sobre a terra.
Sepultamentos indígenas
Os primeiros sepultamentos em gavetas foram no cemitério indígena “Yane Ambiratá Rendáwa Bara Upé”, que fica dentro do cemitério Nossa Senhora Aparecida. É o campo-santo indígena urbano do Brasil.
Inaugurado em abril do ano passado, o espaço conta com 216 gavetas em cada um dos cinco módulos, totalizando 1.080 espaços. “Estamos entregando esse cemitério indígena, que é o primeiro do Brasil, para que essa memória ancestral possa ser celebrada e cultuada”, afirmou o prefeito David Almeida, na ocasião.
Recadastramento
A Semulsp orienta as famílias que têm jazigos concedidos pela prefeitura a não deixar de fazer o recadastramento a cada quatro anos, conforme estabelece o prazo legal, bem como fazer a manutenção do espaço. Caso contrário, poderá perder o jazigo, já que se trata de uma concessão pública.
Em caso de recadastramento, as famílias devem se dirigir à sede da secretaria de limpeza pública, localizada na avenida Brasil, 1.335, Compensa, zona oeste. E levar cópias da Certidão de Óbito do ente falecido, bem como a Certidão da Sepultura (DAM), além de documento de identificação do responsável pelo jazido, RG e CPF e comprovante de residência, e Certidão de Casamento, se cônjuge. Mais informações pelo telefone: 98842-1203.
São seis os cemitérios públicos da capital, administrados pela prefeitura: São João Batista, no bairro Nossa Senhora das Graças; Nossa Senhora Aparecida, no Tarumã; Santa Helena, no bairro São Raimundo; São Francisco, no Morro da Liberdade; Nossa Senhora de Piedade, na Torquato Tapajós, e cemitério Santo Alberto, na Colônia Antônio Aleixo.