Manaus tem amanhecido encoberta por semana. Historicamente, as queimadas iniciam em julho, mas é em agosto que se intensificam o números de focos de incêndio no interior do Estado e na região metropolitana, o que reflete diretamente na capital. “A partir de agosto começam, realmente, as queimadas”, diz o Major Américo Neto, comandante do Batalhão de Incêndio Florestal e Meio Ambiente (BIFMA) do Corpo de Bombeiros do Amazonas (CBAM).
Em 2019, de janeiro até agosto, já foram registradas no Amazonas 5.155 queimadas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Só em agosto foram 3.457 focos – o dia que mais teve casos foi ontem, 13/08, um total de 545 ocorrências. As queimadas no Amazonas se concentram em sua maioria na região Sul do Estado, em especial nos municípios de Humaitá, Apuí, Lábrea, entre outros.
O Corpo de Bombeiros inicia em agosto a Operação Céu Limpo em combate aos incêndios no Estado para prevenir e combater o fogo. O planejamento teve início em março em parceria com diversos órgãos, entre eles: Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM). A ação nos locais inicia neste mês.
“Nós temos uma viatura montada com equipe especializada, com todos os equipamentos previstos para este tipo de atendimento. No mês de agosto, agora, nós estamos indo para uma operação no sul do Estado, em Humaitá, Boca do Acre, Lábrea, Apuí, entre outros. Está saindo uma força tarefa de Manaus composta pela Sema, Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros, técnicos do Ipaam para ir no local e fazer todos os procedimentos possíveis para que a gente diminua e consiga ganhar essa guerra”, explicou o Major Américo Norte.
No entanto, a fumaça aliada ao verão amazônico na região pode ter influência de queimadas de outros Estados.
“Esse ano está muito mais quente que os outros anos, outros fatores também que dependem da situação dos ventos da situação do clima em geral. Vai queimar, nós estamos trabalhando para evitar isso, mas queimar vai devido a temperatura que é sentido por todos. A situação da fumaça também é variável, porque essa fumaça ela pode não ser nem daqui de Manaus ou do interior, ela pode tá vindo de outras regiões”, informou o major.
Situação de emergência
No dia 02 de agosto, o governador em exercício, Carlos Almeida, assinou, decreto que declara situação de emergência no Sul do Estado e na Região Metropolitana de Manaus por conta do impacto negativo do desmatamento ilegal e queimadas não autorizadas. O decreto ficará em vigor por 180 dias a partir da data da publicação.
De acordo com o decreto, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) coordenará a articulação interinstitucional com os demais órgãos públicos para a definição e execução das estratégias de combate ao desmatamento ilegal e queimadas não autorizadas. Já o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) ficará responsável pela execução operacional das ações de resposta às ocorrências de desmatamento ilegal e queimadas não autorizadas e demais crimes correlatos.
Para o secretário estadual do Meio Ambiente, Eduardo Taveira, o decreto é extremamente importante para agilizar as ações da Sema e do Ipaam no combate aos focos de calor. “Lembrando que nos últimos anos Manaus chegou a ser invadida por nuvens de fumaça provenientes destas queimadas e queremos nos antecipar fazendo de tudo para que isto não ocorra, ou em menores proporções. As equipes já estão organizadas para atuar em conjunto com as secretarias municipais de Meio Ambiente para que possamos ter uma redução nestes índices”, afirmou Taveira.
Ações na Capital
A Prefeitura de Manaus intensifica ações de orientação e combate às queimadas e cuidados com a saúde nas áreas urbana e rural da cidade, principalmente neste período de verão amazônico.
O órgão ressalta que queimada urbana é crime, previsto no Código Ambiental do Município, Lei 605/2001. Denúncias podem ser feitas pelo 0800-092-2000, de segunda à sexta, em horário comercial, sendo importante apontar o responsável pela queima para que o órgão oriente e puna, se for o caso, o autor. A Semmas ressalta que a grande maioria das denúncias é referente a queimadas residenciais, resíduos como folhas e lixo doméstico.
As informações são do Toda Hora.