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Marcelo Ramos reforça discurso contra a ‘PEC da Blindagem’ em ato no centro de Manaus

“Parlamentar que tem medo do STF, que tem medo da justiça, ou é frouxo ou é enrolado“, disse Marcelo Ramos

Marcelo durante o protesto - Foto: Bruno Rodrigues

O centro de Manaus viveu uma manhã de forte mobilização neste domingo. A manifestação reuniu sindicatos, movimentos sociais e moradores que pediam, em coro, “sem anistia” e a rejeição à chamada PEC da Blindagem. No carro de som, diversos oradores se revezaram; entre eles, o ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT) assumiu o papel de protagonista e fez um discurso direto e contundente contra a proposta e contra parlamentares que, segundo ele, buscam proteção.

“A Câmara optou por votar medidas antipovo”, afirmou Ramos ao enumerar pautas sociais que, na sua visão, foram preteridas em Brasília — da tarifa social de energia ao Vale Gás e à proposta de isenção do IR para faixas de menor renda. “Havia a expectativa de que fosse votado o vale-gás, que beneficiará 15 milhões de brasileiros… mas a Câmara, a maioria do centro e da extrema direita, optou por votar medidas antipopulares”, disse, de cima do carro de som.

Ramos traçou ainda um panorama histórico para explicar sua rejeição ao texto: lembrou as mudanças legislativas motivadas por casos de violência parlamentar no início dos anos 2000 e criticou o alcance ampliado da proposta atual. “Até 2001, precisava de autorização para parlamentar ser processado… e o que vem agora é muito pior: não é só crime de opinião, é todo tipo de crime, inclusive crime cometido antes do mandato. O que vai fazer com que criminosos busquem o mandato como mecanismo de proteção?”, questionou.

Em um dos trechos mais enfáticos do pronunciamento, o deputado atacou a ideia de que a PEC seria necessária para proteger parlamentares do Supremo Tribunal Federal: “Parlamentar que tem medo do STF, que tem medo da justiça, ou é frouxo ou é enrolado. E nós não vamos permitir a proteção de parlamentar frouxo, de parlamentar enrolado.” Ele concluiu deixando claro seu posicionamento contrário à impunidade: “E por fim, nós não podemos permitir anistia… Não vai ter anistia. Vamos punir os criminosos exemplarmente, porque é a punição e justiça que pacifica o país. Vamos à luta!”

Reações e contexto local

No percurso pelo Centro, faixas e cartazes repetiam o lema “Sem anistia para golpistas” e “Não à PEC da Blindagem”. Os nomes dos parlamentares do Amazonas que votaram a favor da tramitação da proposta foram citados com frequência durante o ato: Adail Filho (Republicanos), Capitão Alberto Neto (PL), Fausto Santos Jr. (União Brasil), Pauderney Avelino (União Brasil) e Silas Câmara (Republicanos).

Organizadores e participantes destacaram que a manifestação teve caráter pacífico, com momentos de discursos, cantos e aplausos. Entre as queixas trazidas pelos presentes está a prioridade dada no Congresso a uma pauta considerada por eles como “de blindagem” política em detrimento de medidas sociais de alcance amplo.

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