Cledson Melo de Albuquerque, 51, foi preso nesta quinta-feira (14), por matar a cobradora de ônibus, Jeane Castro Soares, 38. A vítima, que era companheira do autor, foi morta por asfixia causada por sufocação no dia 3 de março deste ano, no bairro Cidade de Deus, zona norte.
Em coletiva de imprensa, o delegado Ricardo Cunha, titular da DEHS, disse que as diligências foram iniciadas de imediato e apontavam como único e principal suspeito do crime o companheiro da vítima.
“Logo em seguida ao crime, Cledson não foi mais visto, sendo que, na noite anterior, eles estavam juntos comemorando um aniversário. No decorrer das investigações foi constatado que os vizinhos do casal chegaram a ouvir, naquela noite, uma discussão de ambos com bastante xingamento por parte do suspeito dirigido a vítima, seguidos de estrondo como se uma pessoa tivesse caído ao chão”, disse.
Segundo o delegado, tudo isso chamou a atenção das equipes da DEHS, que tiveram acesso às imagens de câmeras de segurança em torno do apartamento da vítima.
“Foi possível observar os passos deles e constatou-se que somente Cledson e Jeane tinham entrado na casa, e apenas ele tinha saído do local ao amanhecer. Com isso, conclui-se que ele foi o autor do crime de feminicídio cometido contra Jeane”, relatou.
Conforme a delegada Marília Campello, coordenadora do NFC, Cledson não admite que tirou a vida da companheira. Ele compareceu à DEHS um dia após o crime e disse que, depois do aniversário, ele foi para a casa dela e lá eles discutiram porque ela não queria que ele saísse.
“Segundo o homem, depois disso, ele foi para a casa de um tio e, ao chegar na residência, o indivíduo ligou para a mulher, mas ela não atendeu o telefone. Por conta disso, ele pediu para o proprietário do imóvel onde a vítima morava ir ao local”, disse.
De acordo com a delegada, ainda em depoimento, o suspeito disse que o dono da residência autorizou a entrada de um funcionário seu na casa e o homem encontrou a Jeane sem vida e desnuda sobre a cama.
“No laudo médico, é confirmado que ela foi morta por asfixia causada por sufocação, o que não resta dúvidas de que, com todas as provas colhidas e mesmo não admitindo o crime, Cledson é o autor da ação criminosa”, salientou.
A coordenadora do NFC informou que Jeane foi encontrada com marcas de escoriações na face, crânio e lábios. Além das unhas quebradas, o que mostra que houve uma luta corporal entre ambos e ela, possivelmente, tentou se defender.
“O casal viveu juntos por dois anos, mas a relação era extremamente conturbada e violenta. O homem já tinha em torno de três Boletins de Ocorrência (BOs) em seu nome, de violência doméstica praticada contra uma ex-companheira, ou seja, um histórico de uma pessoa agressiva durante muitos anos”, disse.
Prisão
Conforme a delegada, no dia seguinte quando apareceu na delegacia e contou sua versão, Cledson simplesmente sumiu por um tempo. Ele tem nove irmãos e todos os endereços foram visitados pela equipe policial da DEHS para localizá-lo, inclusive em Juruti, no Pará.
“Na data de ontem, ele compareceu na delegacia com um advogado, ocasião que foi cumprida a ordem judicial em seu nome”, contou.
Cledson responderá por feminicídio, ele passará por audiência de custódia e ficará à disposição da Justiça.