O advogado do tenente-coronel Mauro Cid, Cezar Bittencourt, revelou, nesta quinta (17), que seu cliente deverá assumir que vendeu joias da Presidência da República a mando de seu ex-chefe, Jair Bolsonaro (PL), a quem entregou em espécie o dinheiro adquirido com a venda. Cid atuou como ajudante de ordens do então presidente, sendo um de seus principais homens de confiança. As informações são da revista Veja e do portal G1.
O tenente-coronel está preso preventivamente desde 3 de maio, mesmo dia em que a Polícia Federal fez operação de busca e apreensão na casa de Bolsonaro. Terceiro advogado de Cid desde que o tenente-coronel foi preso, Bittencourt assumiu a defesa nesta terça-feira (15).
Operação da Polícia Federal
A Polícia Federal investiga desvio de joias e outros itens de luxo para o patrimônio privado do ex-presidente. O valor obtido com a venda ilegal dos presentes oficiais pode ter ultrapassado R$ 1 milhão. Fariam parte do esquema Mauro Cid; seu pai, o general da reserva Mauro César Lourena; o segundo-tenente do Exército Osmar Crivelatti, braço direito de Mauro Cid; e o ex-advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef.
Eles foram alvo de uma operação da PF – batizada de Lucas 12:2, em referência ao versículo da Bíblia que diz "não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido" –, deflagrada em 11 de agosto, com mandados de busca autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o magistrado, há indícios de que o esquema foi realizado por "determinação" de Bolsonaro.