Em resposta ao avanço do desmatamento e ao aumento de queimadas durante o período de estiagem no Amazonas, o Ministério Público do Estado (MPAM) vai lançar, no próximo dia 23 de junho, um plano integrado de combate aos crimes ambientais. A iniciativa, chamada Ação Coordenada – Combate ao Desmatamento e Incêndios Florestais, reúne promotorias de Justiça da capital e do interior com foco em territórios críticos como o chamado “Arco do Fogo”, onde os índices de degradação ambiental têm crescido de forma alarmante.
O projeto será apresentado oficialmente em evento na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, em Manaus, e prevê ações articuladas até 2026, com possibilidade de prorrogação. A estratégia envolve desde o enfrentamento imediato aos incêndios florestais até medidas de prevenção a longo prazo, com base em dados científicos e na articulação com órgãos públicos, comunidades tradicionais e povos indígenas.
De acordo com a procuradora-geral de Justiça, Leda Mara Albuquerque, o plano responde à gravidade do cenário ambiental no estado. “O Amazonas enfrenta elevados índices de queimadas, com sérios impactos sobre a biodiversidade, a saúde pública, o clima e a qualidade de vida da população”, afirmou.
O foco será a criação de estratégias sustentáveis e territorializadas, coordenadas por diferentes frentes do MPAM, incluindo o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Meio Ambiente (CAO-MAPH-URB), chefiado pelo promotor Carlos Sérgio Edwards Freitas. As promotorias locais deverão propor ações específicas para as regiões mais afetadas, como Apuí, Lábrea, Canutama, Boca do Acre, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá e municípios da Região Metropolitana de Manaus.
Além da repressão aos crimes ambientais, o plano prevê a formação de redes de cooperação e o fortalecimento de políticas públicas voltadas à preservação do bioma amazônico.