A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) recebeu, nesta sexta-feira (4), a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, para uma apresentação institucional sobre o panorama da política de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) executada na região. A agenda incluiu também visitas às fábricas da I-Sheng Brasil e da Positivo Tecnologia, no Polo Industrial de Manaus (PIM).
“Receber o MCTI aqui é reforçar que estamos todos do mesmo lado: o da ciência, da tecnologia e do desenvolvimento sustentável da Amazônia. A Suframa está sempre aberta ao diálogo e à construção conjunta de soluções para fortalecer nosso ecossistema de inovação”, afirmou o superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, na abertura da reunião.
Durante o encontro, o superintendente-adjunto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica substituto, Rafael Gouveia, apresentou os principais aspectos da política de PD&I executada com base nos incentivos da Lei de Informática da Zona Franca de Manaus. Ele destacou que, em 2023, os investimentos das empresas em projetos de PD&I somaram quase R$ 1,5 bilhão, com expectativa de valores semelhantes ou superiores nos próximos anos.
Gouveia explicou que os recursos são aplicados prioritariamente por meio de parcerias com Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) credenciadas. Atualmente, são 170 unidades ativas, com destaque para o crescimento no interior da Amazônia Ocidental e Amapá, que já concentra 43% dessas instituições fora de Manaus. “A política da ZFM é essencial para a sustentabilidade do ecossistema de inovação na região. Cerca de 90% dos recursos dos ICTs vêm desse modelo, o que mostra sua importância estratégica”, disse.
Ele também ressaltou a diversidade temática permitida pela política regional, que contempla desde projetos em tecnologia da informação e Indústria 4.0 até soluções em biotecnologia, agroindústria, extrativismo e monitoramento ambiental por drones. Gouveia citou, ainda, o impacto socioeconômico da política, que gera 2.500 empregos diretos e mobiliza cerca de 70 mil profissionais por ano de forma indireta, além de apresentar um efeito multiplicador de 20 vezes sobre os investimentos realizados.
A ministra Luciana Santos destacou a relevância da Zona Franca de Manaus como modelo de desenvolvimento regional e industrialização com inovação. “O Brasil é o 13º em produção científica, mas ocupa apenas a 50ª posição em inovação. Isso mostra o fosso que existe entre ciência e setor produtivo. Iniciativas como a da ZFM são fundamentais para preencher essa lacuna, aproximando pesquisadores das empresas e gerando soluções aplicáveis à realidade do país”, afirmou.
Luciana explicou que a política da Suframa está alinhada às diretrizes do programa Nova Indústria Brasil e reforçou o compromisso do governo federal em combater as assimetrias regionais. “Com a liberação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), vamos investir R$ 14,7 bilhões este ano em 10 programas estratégicos. A Amazônia é prioridade”, disse.
Participaram da comitiva do MCTI o subsecretário de Ciência e Tecnologia para a Amazônia, Eliomar Cunha; a diretora executiva da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Vanessa Grazziotin; e o vice-reitor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Geone Maia Corrêa.
Representando a Suframa, além do superintendente Bosco Saraiva e Rafael Gouveia, estiveram presentes o superintendente-adjunto de Projetos, Leopoldo Montenegro; a procuradora federal pela Suframa, Diana Azin; a coordenadora-geral de Assuntos Institucionais, Layanne Raquel; o coordenador-geral de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Arthur Lisboa; e o gerente de projetos da Superintendência-Adjunta Executiva (SAE), Ozenas Maciel.
Visitas
Após a reunião institucional, a comitiva seguiu para visitas a duas empresas do Polo Industrial de Manaus. A primeira parada foi na I-Sheng Brasil Indústria e Comércio de Componentes Eletrônicos Ltda., onde os visitantes foram recebidos pelo diretor de Relações Governamentais, Daniel Rodrigues.
A visita percorreu parte da linha de produção da empresa, especializada na fabricação de fios, condutores elétricos isolados, chicotes, cabos de dados e de rede que abastecem importantes marcas globais.
Na sequência, o grupo visitou a Positivo Tecnologia, recepcionado pelos vice-presidentes Leandro Rosa (Estratégia e Inovação), Maurício Roorda (Operações) e o diretor de Assuntos Governamentais e P&D, José Goutier Rodrigues. A unidade de Manaus possui área total de 32.600 m², com 12.800 m² construídos, e conta com 11 linhas de produção — três de computadores e oito de tablets e máquinas de pagamento — com capacidade para fabricar até 2,7 milhões de produtos por ano.
A Positivo apresentou sua participação no ecossistema de inovação, com mais de 400 pesquisadores atuando em mais de 30 projetos de PD&I, apoiados por um investimento anual de R$ 150 milhões. A empresa também desenvolve parcerias com startups, universidades, incubadoras e fundos de investimento, além de atuar em áreas estratégicas como Internet das Coisas (IoT), computação em nuvem, inteligência artificial e cibersegurança.