O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a destruição do passaporte do sobrinho de Jair Bolsonaro, Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, que atualmente está foragido na Argentina. A decisão foi tomada após solicitação da Polícia Federal (PF), que informou que o documento está cancelado desde 2023 e, portanto, não possui mais validade como identificação ou instrumento de viagem internacional. A matéria é da Revista Fórum.
Segundo a PF, o passaporte não tem mais utilidade nas investigações em curso, sendo, portanto, passível de descarte. O gesto reforça o estado de foragido de Léo Índio, que teve sua prisão preventiva decretada por Moraes em abril, após violar medidas cautelares impostas pelo STF.
Réu pelos ataques de 8 de janeiro
Réu por envolvimento nos ataques de 8 de janeiro de 2023, Léo Índio é acusado de participar diretamente da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília. Entre os crimes imputados a ele estão tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o próprio Léo Índio produziu provas contra si ao publicar imagens nas redes sociais nos locais invadidos, como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Ele também foi identificado em grupos de mensagens com conteúdo antidemocrático e teria frequentado o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
Fuga e risco de extradição
Embora não estivesse expressamente proibido de sair do país, Léo Índio teve seus passaportes cancelados e, mesmo assim, deixou o Brasil rumo à Argentina. Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, essa atitude demonstra “desrespeito à lei penal e às decisões do STF”.
Caso retorne voluntariamente ao Brasil, poderá ser preso imediatamente. O governo brasileiro também pode solicitar sua extradição à Argentina, onde se encontra desde sua fuga.