O cantor e compositor Carlos Lyra, ícone da bossa nova, morreu aos 90 anos, neste sábado, 16. Internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Unimed Barra, no Rio de Janeiro, ele morreu devido a uma septicemia.
"É com imensa tristeza que comunicamos a passagem do compositor Carlos Lyra, nessa madrugada, de forma inesperada. A todos, agradecemos o carinho", diz comunicado nas redes sociais do artista.
Ao longo de mais de 70 anos de carreira, Lyra foi parceiro de Vinícius de Moraes, Ronaldo Bôscoli, Geraldo Vandré e outros grandes nomes da arte brasileira. Sua primeira música foi Quando Chegares, de 1954. O compositor - e violinista - também é dono de Maria Ninguém, Lobo Bobo e Saudade fez um Samba.
Após o golpe militar de 1964, ele relatava ter optado pelo autoexílio, no México. Lá, ele conheceu intelectuais como Gabriel García Marquez, Octávio Paz e Luiz Buñuel e também se casou. Voltou ao Brasil em 1971, mas teve várias músicas censuradas pelo governo durante a ditadura. Entre 1974 e 1976, ele então se mudou com a família para Los Angeles (EUA).
No Brasil, também foi um dos fundadores do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes, onde conheceu Cartola, Nelson Cavaquinho e outros nomes da música popular. Além disso, Lyra tem no currículo uma série de composições para o cinema e o teatro.
Em 2019, ele lançou Além Da Bossa, seu primeiro disco autoral em 25 anos. O projeto contou com músicas escritas por anos, algumas nunca gravadas. Marcos Valle, que se tornaria seu padrinho de casamento, faz os arranjos e a orquestração de Além da Bossa, a canção.
Para comemorar o aniversário do artista, que completou os 90 anos em maio, o Selo Sesc lançou o trabalho Afeto, disco lançado em 1º de dezembro. Os shows de lançamento ocorreram no Sesc Pompeia nos dias 2 e 3 de dezembro com as participações de Gilberto Gil, Joyce Moreno, Mônica Salmaso e Wanda Sá.