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Morre ‘Irmã Helena', freira que liderou movimentos de sem terras em Manaus

Morreu na segunda-feira (13/06), em Manaus, aos 84 anos, ‘Irmã Helena Augusta Walcott’, da Congregação do Preciosíssimo Sangue, que liderou a luta dos sem-terra na capital amazonense no final da década de 70 do século passado, em pelo menos oito bairros nas zonas Oeste, Centro-Oeste, Norte e Leste da cidade.

A causa da morte não foi divulgada. O velório, nesta terça-feira (14/06) é aberto ao público na quadra do Colégio Preciosíssimo Sangue, na rua Constantino Nery, 1751, São Geraldo. Ás 14h horas haverá missa de corpo presente e o sepultamento será às 16h no Cemitério de São João Batista.

Írmã Helene’, considerada uma heroína pelo movimento dos sem-terra e sem teto em Manaus, era filha de barbadianos, descendentes dos povos de Guiné Bissau e Senegal. Era caçula de sete filhos, nasceu em Guajará-Mirim, em Rondônia, após a família estabelecer-se no país, por conta do trabalho conseguido por seu pai na construção da estrada Madeira Marmoré.

Em consequência de sua atuação no movimento dos sem-teto, chegou a ser ameaçada de morte por latifundiários e grileiros, o que a obrigou a sair de Manaus.

Em Manaus, ligada aos trabalhos da Igreja Católica desde a década de 70, iniciou as atividades no bairro da Compensa, zona Oeste, que surgiu após ocupação por sem-terra após a desarticulação da chamada “cidade flutuante”.

Nos anos seguintes, consolidou seu trabalho nessa área e ajudou a constituir outros 8 bairros nas áreas leste e norte da cidade de Manaus, como Terra Nova, São José, João Paulo II, Zumbi dos Palmares I -II, Nossa Senhora de Fátima, Novo Israel, Armando Mendes e São Jorge. Além de Redenção, zona centro-oeste, e Japiim, zona sul.

Ela buscava batizar as áreas escolhidas para esse trabalho com nomes marcantes como o primeiro, que foi o bairro Redenção, que ganhou esse nome com o objetivo de ressignificação do espaço numa sociedade avaliada como racista e cerceadora dos direitos dos mais pobres.

Outro momento marcante na vida da freira foi a ocupação que daria origem ao bairro Armando Mendes, em 1987. Há relatos de que na saída de uma reunião com comunitários, Helena foi vítima de um atentado, que resultou na morte do menino Altenor Cavalcante.

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