Ativistas e militantes de movimentos feministas de Manaus entraram com representações no Ministério Público Federal (MPF) e no Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) pedindo que as autoridades se manifestem contra expressões usadas na marchinha da Banda da Bica de 2020. Este ano o tema do bloco é “Pirralha faz Pirraça e a Bica entra na Graça” e vem sendo alvo de muitas críticas.
“É inadmissível que a coordenação da banda não perceba como é degradante usar essa expressão contra uma adolescente. Nota-se que é papel do poder público tornar as bandas e blocos da cidade um espaço de diversão e cultura, enfatizando o respeito às mulheres e crianças e as protegendo de qualquer incentivo a essas práticas”, afirma o documento assinado por Ana Alessandrine Silva dos Santos, Michelle Barbosa Andrews, Marklize dos Santos Siqueira e Nicole Maria Fernandes de Sousa.
De acordo com elas, a Banda da Bica trouxe ao público uma letra que apesar de ter objetivado tratar da questão ambiental, expressa duplo sentido em conotação sexual relacionado a imagem da adolescente ambientalista Greta Thunberg, de 17 anos, autista e que tornou-se alvo de diversos ataques após as declarações do presidente Jair Bolsonaro
Isso porque o verso da marchinha em que diz ‘A Greta quer ver PAU EM PÉ’, segundo as ativistas, é reprovável e faz apologia aos crimes de assédio e estupro, ainda que encobertos na justificativa de manifestação cultural.
“Como ato de combate à violência contra adolescentes e mulheres sugerimos a troca da palavra 'pau' por 'floresta', para que não haja dúvida que a intenção da banda é a de tratar da questão ambiental, e "pirralha" por uma expressão que valide a atuação da juventude no aspecto do meio ambiente, e com isso possamos brincar o carnaval de forma sadia e respeitosa”, pede a ação.
Nas redes sociais, muitas pessoas que se diziam fãs da Bica já se manifestaram cancelando a participação este ano.
A MARCHINHA: