O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) informou que recorrerá da decisão do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) que determinou que apenas um dos seis acusados no caso de assassinato do sargento do Exército Lucas Ramon Guimarães, em 2021. A sentença foi tomada pelo juiz Fábio Lopes Alfaia, na quarta-feira (26).
Silas Ferreira da Silva, apontado como o autor dos disparos que mataram a vítima, foi pronunciado, ou seja, a Justiça considerou que há provas suficientes contra ele e determinou que ele seja julgado por homicídio qualificado.
Já os outros seis acusados, entre eles Joabson Agostinho Gomes, dono da rede de supermercados Vitória e apontado como mandante do crime, foram impronunciados. Isso significa que a Justiça entendeu que não há provas suficientes para levá-los a julgamento pelo crime, o que contraria o posicionamento do MPAM.
Além de Joabson, entre os impronunciados estão: Romário Vinente Bentes, gerente de uma das unidades, além de Kamylla Tavares da Silva, Kayandra Pereira Castro e Kayanne Castro Pinheiro dos Santos.
A sentença do juiz também determina a revogação das medidas cautelares e assecuratórias, “expedindo-se os respectivos contramandados” eventualmente dirigidos aos cinco impronunciados. No conteúdo, é destacado que a decisão de impronúncia não significa que o réu seja inocentado em definitivo, mas sim que não há provas mínimas para sua submissão ao Júri Popular.
Para o promotor de Justiça Márcio Pereira de Mello, da 105ª Promotoria de Justiça de Manaus, Joabson, como mandante do crime de homicídio, e os demais devem ir a Júri Popular.
“O executor do crime, o réu Silas Ferreira da Silva, foi submetido a interrogatório policial no mesmo dia, na presença de dois delegados da Polícia Civil, e confessou a prática do delito, narrando detalhes da empreitada criminosa. Ele informou, ainda, que sua contratação se deu por intermédio de uma possível funcionária do supermercado Vitória, pessoa que também lhe entregou um celular mais tarde utilizado para manter contato sobre o crime”, argumentou.
O caso
O crime ocorreu em setembro de 2021, em uma cafeteria de propriedade do sargento do Exército, localizada no bairro Praça 14 de Janeiro, zona Sul de Manaus. Imagens das câmeras de segurança mostraram o momento em que um homem entrou no estabelecimento e executou o militar, fugindo em seguida em uma motocicleta.
De acordo com a denúncia do MPAM, a motivação do crime seria um relacionamento extraconjugal entre o sargento (que era casado) e a mulher de um dos acusados, o empresário Joabson Agostinho Gomes.