A técnica em enfermagem Maria do Carmo Oliveira, de 34 anos, morreu depois de ser atingida por diversos tiros disparados pelo ex-marido, o cabo da Polícia Militar Lindinaldo Severino da Silva, 39, na madrugada desse domingo (28/07). O crime aconteceu na boate Lounge Music, em Jaboatão Guararapes, no Grande Recife.
Maria do Carmo e Lindinaldo passaram 14 anos casados, mas estavam separados havia cerca de um ano e meio. O cabo não aceitava o fim da relação.
De acordo com as investigações, Lindinaldo teria se apresentado na entrada da casa noturna como policial, não pagou ingresso e foi até o camarote open bar, onde estava a ex-mulher, de 34 anos. Lá, encontrou a vítima com duas amigas e um rapaz.
Houve um desentendimento e ele efetuou os tiros. Ainda teria tentado atirar contra as amigas da vítima, mas a arma não funcionou. Uma câmera de segurança filmou o momento em que os clientes percebem os tiros e começam a correr desesperados. Também foi registrado o momento em que um homem consegue tirar a arma do policial militar. Outras pessoas se aproximaram a começam a espancar o autor o crime.
A mulher foi atingida por tiros no tórax, barriga e na perna. Ela foi socorrida e encaminhada para o Hospital e Policlínica Jaboatão Prazeres, em Cajueiro Seco. Depois transferida para o Hospital da Restauração, onde morreu.
Já o policial foi levado para fora da boate e continuou sendo agredido até a chegada de equipes do 6º Batalhão da Polícia Militar. Por causa dos ferimentos, ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife. Depois, também foi encaminhado para a Restauração, onde está sob custódia policial.
Maria do Carmo deixa dois filhos, de 14 e 3 anos, frutos da relação com o policial.
Investigação
Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que o cabo da PM foi autuado em flagrante por tentativa de feminicídio. No entanto, com a confirmação do óbito, o indiciamento do suspeito será por feminicídio.
A pistola 380 dele foi apreendida e encaminhada ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação.
Já a Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) registrou a ocorrência e, após receber a documentação do flagrante, vai instaurar um processo disciplinar contra o militar.
A Polícia Militar não esclareceu se a arma de fogo era do próprio policial ou do batalhão onde ele está lotado.