Quando a seleção brasileira foi desclassificada da Copa, no fatídico dia 09 desse mês, vimos uma cena que me entristeceu profundamente: Enquanto os jogadores literalmente choravam no gramado, lamentando a perda, Tite, o técnico do time, os abandonou em campo.
Pré julgamentos sobre a emoção alheia a parte, não deixa de ser lamentável ver um líder abandonando a sua equipe. O abraço de carinho só é válido quando todos ganham? É correto invalidar uma trajetória inteira em detrimento de um resultado final não esperado?
Algumas pessoas não sabem perder e, quando perdem, deixam para trás todos aqueles que lutaram pela vitória ao seu lado. Fazendo isso você invalida todo o trabalho e esforço daquelas pessoas para fazer a meta ser alcançada.
Vendo aquela cena, não tive como não traçar um paralelo com o que aconteceu durante a pandemia. O comércio estava fechado, nenhuma das lojas da Sapatinho de Luxo estava em funcionamento, com exceção do e-commerce, mas ainda assim eu tinha milhares de salários para pagar. O caminho fácil seria fazer um grande corte no time. Seria virar as costas e abandonar o campo, mas como eu poderia fazer isso? Eu conto com essas pessoas todos os dias! Como elas poderiam não contar comigo em um momento tão delicado?
Manter todas essas pessoas foi o abraço de carinho no fim do jogo. Foi a forma de agradecer pelo esforço diário, por vestir a camisa e por ser um "jogador" vital para
o funcionamento de um time que almeja a vitória sempre, independente que ela venha ou não.
Ninguém quer perder, claro. Mas saber perder é um ato nobre. É uma oportunidade de sentar-se com seu time e avaliar toda a trajetória, todos os erros e acertos, fazer ajustes e preparar-se para os próximos passos.
Quem dá as costas para uma perda, também se afasta do caminho da vitória.
