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No Amazonas, 118 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2019

Nove municípios do estado do Amazonas apresentam tendência de crescimento nos registros de homicídios de mulheres. A informação é do Atlas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Amazonas, estudo realizado pela Universidade Federal do Amazonas, divulgado esta semana. A pesquisa mostra também que dos 62 municípios amazonenses, 24 apresentam número de homicídios de mulheres acima da média nacional.

Somente no Amazonas, em 2019, 118 mulheres foram assassinadas. O estado ocupa a terceira posição no ranking nacional de assassinatos de mulheres. Barcelos e Beruri são as cidades com as maiores taxas do estado, seguidas por Canutama e Lábrea. Os índices desses municípios são de seis vezes a quatro vezes maiores que a média nacional de homicídios por grupo de 100 mil mulheres.

O coordenador técnico do Atlas, professor Danilo Egle, explica que 26% dos homicídios contra mulheres no Amazonas são casos de feminicídio, ou seja, mortes ocasionadas pela questão de gênero. No entanto, Egle ressalta a dificuldade de confirmação desses registros e a subnotificação de casos.

Em nota, o governo do Amazonas informa que determinou aos órgãos de segurança medidas para o fortalecimento do enfrentamento da violência contra a mulher e para o apoio às vítimas. A nota diz ainda que, desde o ano passado, o estado conta com um Núcleo de Combate ao Feminicídio no âmbito da Polícia Civil. A população é chamada a colaborar com os órgãos de segurança através de denúncias anônimas pelo telefone 181; a ligação é gratuita.

O professor Danilo Egle explica que medidas preventivas podem auxiliar o combate ao feminicídio, mas reforça a necessidade de ações de segurança em todos os municípios do estado.

O Atlas da Violência do Amazonas foi feito com base na série histórica de homicídios de mulheres de 2000 a 2019, a partir dos registros disponíveis no Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. Foi utilizada a metodologia desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada elaborada para o Atlas da Violência de 2021.

Fonte: Agência Brasil

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