Desde a saída dos 8.332 médicos cubanos do programa Mais Médicos, por decisão do governo daquele país, após o presidente eleito Jair Bolsonaro qualificar os profissionais como “escravos” de uma “ditadura”, regiões mais remotas do Brasil estão em situação crítica.
Apesar de o governo Michel Temer ter lançado edital para preencher as vagas deixadas pelos cubanos, centenas de vagas em cidades mais afastadas continuam sem médicos. Situação bem diferente dos grandes centros urbanos, que quase não sentiram o prejuízo.
De acordo com informações do portal G1, desde o lançamento do concurso, praticamente todas as vagas foram selecionadas por algum médico, mas menos da metade dos profissionais se apresentou até agora nos municípios escolhidos. Além disso, ainda resta uma centena de postos nos quais ninguém se inscreveu, todos em áreas mais vulneráveis do país.
É o caso do Amazonas, no Norte, onde 77% das vagas não foram preenchidas. “Não existem médicos; nem brasileiros, nem cubanos. Não há nenhum tipo de atendimento médico”, declarou Jnna Andrade, voluntário do Conselho Indigenista Missionário, em conversa com a Agência Efe.
No leste do Estado, conta ele, a população tem de se deslocar até 80 km para ter acesso à saúde básica, e até 400 km quando se trata de atendimento de urgência. “Os moradores recebem cuidados paliativos provisórios e às vezes correm risco de vida porque seguem doentes ou podem morrer”, lamentou o missionário.