Em março deste ano, o Amazonas registrou um total de 2.324 óbitos, uma queda de 37% em comparação ao mês anterior, fevereiro, no qual foram contabilizados 3.698 registros de óbitos. Os números demonstram o ritmo de diminuição, observado até esta quarta-feira (14.04), das mortes no estado durante a segunda onda da Covid-19 que teve início ainda em janeiro, mês em que foram registrados 3.853 óbitos.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
Do total de registros de óbitos em março, 1.515 foram por causas naturais e, desses, 604 foram por Covid-19, o que representa 39,8% das mortes ocasionadas por doenças.
"Esse acompanhamento de números é muito importante para observarmos como a doença se comporta e impacta na nossa demografia. É importante dizer que, apesar dessa diminuição de mortes por Covid e, consequentemente, de mortes gerais, a população amazonense deve continuar se atentando aos cuidados contra a doença. Enquanto isso, seguiremos com o trabalho de transparência na prestação de informações à sociedade e ao Poder Público, para que possam ser postas em prática as estratégias para sairmos desta crise", disse o presidente da Associação dos Notários e Registradores do Amazonas (Anoreg/AM), Marcelo Lima Filho.
Já no Brasil, o mês de março bateu um triste recorde, registrando 75.780 óbitos registrados por Covid-19 até esta segunda-feira (12.04), sendo o maior impacto do vírus na história do País. A doença causada pelo novo coronavírus representou 48% do total de óbitos por causas naturais no País, totalizadas em 171.211.
Mortes x Nascimentos
Os dois primeiros meses de 2021, no Amazonas, foram os mais impactados pela pandemia em diversos aspectos, incluindo a demografia do estado. Nos últimos anos, em média, eram registrados 5 mil nascimentos a mais em relação ao total de mortes. Em janeiro de 2021, 4.290 nascimentos foram registrados, enquanto os óbitos chegaram a 3.853, uma diferença mínima de 437 registros. No mês seguinte, fevereiro, foram 4.722 nascimentos e 3.698 óbitos, diferença de 1.024 registros. Já em março houve recuperação, com 6.001 nascimentos e 2.324 óbitos, um saldo positivo de 3.677 registros.
No Brasil, o cenário seguiu catastrófico. A diferença entre nascimentos e óbitos, que sempre esteve em média na casa dos 137 mil - em média, nascem 137 mil crianças a mais do que a quantidade de óbitos registrados ao mês - caiu drasticamente a "apenas" 47.939 mil nascimentos, chegando a uma redução de 90 mil em relação à média histórica, e à metade dos cerca de 90 mil registrados nos meses desde o início da pandemia.
O número de óbitos registrados no mês de março de 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como o número de nascimentos e a variação das médias e da comparação entre nascimentos e óbitos para o período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19. Os nascimentos também possuem prazo legal a ser observado, tendo os pais até 15 dias para registrar o recém-nascido em cartório.