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'Nobel Verde' nasce em Manaus, sob as bençãos do Rei

Receberam os prêmios o projeto Pamine - O Renascer da Floresta; a “Rede Mulheres do Maranhão”; o projeto Braziliando; Sakaguchi Agroflorestal; a Associação Vagalume e o projeto Eco Etnodesenvolvimento Sateré-Mawé.

— Uma festa tão maravilhosa que até o rei Roberto Carlos foi apenas um detalhe.

Foi o que disse uma moça na saída do Teatro Amazonas, na noite de segunda-feira (27), onde foi realizada a primeira edição do Prêmio United Earth Amazônia, já batizado ecologicamente de Prêmio Nobel Verde.

A moça estava coberta de razão. Muitos saíram de suas casas numa noite nublada, com ameaça de chuva, para ver um dos maiores ídolos da música brasileira, um dos premiados da noite, mas acabou assistindo a histórica construção de um legado para o futuro, onde os maiores herdeiros serão a preservação da Amazônia, da maior floresta tropical do mundo, a sobrevivência de seu povo e de reconhecimento de projetos que  impulsionem a inclusão social e econômica. Sem perder o foco na conservação ambiental.

Quem esteve nesta noite no teatro Amazonas, fez história. Afinal, estavam ali no palco, à sua frente, nada menos que Marcus Nobel, Criador e diretor-executivo do United Earth Amazônia, sobrinho de Alfred Nobel  que em 1900 criou o Prêmio Nobel,   uma das premiações internacionais mais famosas do mundo atualmente. Inventor da dinamite e da nitroglicerina, Nobel se redimiu ao deixar em seu testamento, antes de sua morte, que 94% de sua fortuna seria dedicada a um prêmio que homenagearia pessoas que prestassem grandes serviços para a humanidade. Como se observa, apesar de enriquecer com a produção de equipamentos bélicos, o velho Nobel fazia questão e manter, publicamente,  a postura  de pacifista. Para gerir o dinheiro deixado por Nobel e garantir que os prêmios fossem distribuídos, foi criada a Fundação Nobel em 1900. Os primeiros prêmios foram distribuídos no ano seguinte.

David Almeida e o vice-governador, Tadeu de Souza, com Nobel

Roberto Carlos

Também estavam na histórica noite do teatro Amazonas o rei Roberto Carlos, o filho do “Tremendão”  Erasmo Carlos (representado por seu filho Leonardo Esteves),  morto em novembro, que compuseram “Amazônia”, música que acabou virando um grito universal em defesa da região.

Apaixonado por música, Marcus Nobel revelou que seu tio, Alfred Nobel, o mesmo que criou o internacional prêmio Nobel, e seu pai, Marcus Nobel, sempre sonharam em incluir no Prêmio Nobel a categoria Meio Ambiente.

Há 100 anos meu pai chegou ao escritório da Fundação Nobel e fez essa proposta. Mas recebeu um sonoro “não” ,afinal,  o Nobel é  destinado somente às áreas de Física,  Química, Fisiologia ou Medicina, Literatura e Paz.

—  Meu pai teve esse sonho quando este fabuloso teatro estava sendo construído. Hoje o sonho do meu pai está sendo realizado, aqui neste teatro, na cidade de Manaus, no coração da Amazônia, a cidade que escolhemos para que o prêmio Nobel Verde nascesse.

"A Amazônia pode ser um exemplo  brilhante para o mundo inteiro, de como podemos preservar os ecossistemas e promover o progresso sustentável” (Marcus Nobel)

Anfitrião do Nobel Verde, o prefeito David Almeida disse que pela manhã, Marcus Nobel visitou a Moto Honda da Amazônia e ficou certo que aqui é o Primeiro Mundo, mas “ um primeiro mundo dor portão da fábrica para dentro”, comparou o prefeito.

— O que nós queremos é ser os protagonistas. Nós queremos fazer com que as discussões sejam das portas de dentro para fora, somos os protagonistas do meio ambiente, somos os maiores preservadores, temos o que ensinar para o Brasil e para o mundo. Eu agradeço a escolha da nossa cidade para ser a primeira do mundo a receber o Prêmio Nobel Verde —, disse David. O vice-governador, Tadeu de Souza, também discursou na cerimonia, representando o governador Wilson Lima.

Roberto Carlos cantou Amazônia

Amazônia

Depois da premiação de seis projetos, que receberam, o troféu  criado pelo artista plástico Darlan Rosas com a curadoria da designer de interiores Silvana Borges, Marcus Nobel anunciou, finalmente, “The King, Roberto Carlos” . E com a voz embargada confidenciou que a canção "Amazônia", foi a motivação para que Manaus  fosse escolhida para lançamento do Prêmio United Earth Amazônia.

De calça azul claro, tênis branco e um casaco branco, Roberto entrou no palco com passos lentos e com o semblante cansado, como se  tivesse dormido mal na noite anterior. Foi ovacionado pelo público que lotava o teatro e,  ao receber o troféu das mãos de Marcus Nobel, foi avisado pelo mestre de cerimônias, Fábio Marques, que o filho de Erasmo, Leonardo Esteves estava lá.

— Calma, eu chegou lá – disse Roberto, rindo.

O filho do “ Tremendão”  subiu ao palco gritando, com punhos cerrados, o nome do pai – “Erasmo!”

Com sua foto ao lado de Erasmo projetada no telão, Roberto Carlos prometeu à plateia que “eu vou continuar compondo com meu irmãozinho, Erasmo Carlos”. Depois dos cumprimentos, agradecimento a poses para fotografias, Roberto perguntou.

— E agora, o que eu faço?

— Cante! –, sugeriu o apresentador.

Foi nesse momento que a Orquestra de Câmara do Amazonas passou a executar os arranjos de Amazônia – música gravada em 1989 –, acompanhado pela voz de um tenor amazonense. Na refrão “Amazônia/ insônia/ do mundo...” o Coral do Amazonas entrou, dando a deixa para o rei cantar a segunda parte da canção, acompanhado por centenas de vozes da plateia. Foi um espetáculo para nunca mais esquecer.

FOTOS: Ricardo Machado/Vice-governadoria

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