“O Amazonas virou terra sem lei, sem ordem, sem governo. Passei oito anos como um prefeito que denunciava o crescimento do tráfico na capital e no Estado inteiro. O presidente Bolsonaro deve mandar para cá, imediatamente, a Força Nacional”, disse o ex-senador e ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), neste domingo (6.6), sobre a onda de criminalidade desencadeada na capital e em outros municípios do Estado neste final de semana, após a morte de um traficante.
“Wilson Lima é uma figura caricata, seu comunicado foi ridículo, nunca fez e nunca fará nada pela segurança pública. Ele é apenas um mamulengo de ventríloquos que avançam vorazmente sobre o dinheiro público”, afirmou Virgílio, que sempre denunciou o clima de insegurança na capital durante seu mandato de prefeito. “O que vi, na verdade, foi muita tolerância dos governantes com as organizações criminosas, em guerra entre elas e em guerra contra as pessoas de bem. Eis aí o resultado da inércia: contemplamos, com tristeza e revolta, o quadro caótico que foi se estabelecendo a cada dia, a cada mês, a cada ano, tornando a população refém do medo e do terror”, lamentou.
Ainda segundo Arthur Neto, o Amazonas vive um estado de anomia, precisamente porque não se sente a presença do governo enfrentando os principais problemas do Estado. “O governador está mais preocupado com o que vai dizer na CPI da Pandemia, não existe governo, estado de anomia puro. Isso precisa acabar”, defendeu o atual presidente do PSDB no Amazonas. Para ele, o governador Wilson Lima não tem mais condições de prosseguir no cargo.
“O senhor Wilson Lima não é uma pessoa capaz de conduzir o Estado do Amazonas e nem tem intenções de fazer isso. Está na hora do basta, essa experiência não deu certo e tem remédio constitucional para acabar com isso. Os debutados devem abandonar quaisquer interesses outros, que não seja desempenhar com acerto os seus mandatos, e devem discutir a situação do Amazonas, inclusive com o impedimento do governador do Estado. Outra saída é o rápido julgamento do processo no STJ [Superior Tribunal de Justiça]. É lamentável, mas está muito difícil para o povo tolerar essa situação, um estado de desgoverno”, finalizou.