O presidente Jair Bolsonaro deu sinal verde para que Renato Feder assuma o Ministério da Educação. A nomeação, contudo, não foi sacramentada no Diário Oficial da União (DOU) porque o nome do secretário de Educação do Paraná tornou-se alvo de críticas dentro do próprio governo. As informações são do Correio Brasiliense.
Bolsonaro está sendo pressionado por grupos ao seu redor para mudar de opinião. Feder não agradou a boa parte do Executivo, em especial, porque, há quatro anos, doou R$ 120 mil para que João Doria (PSDB) concorresse à Prefeitura de São Paulo — hoje governador de São Paulo, o tucano é um dos principais rivais do presidente. Também pesou para a insatisfação dos integrantes do governo o fato de o professor já ter sido alvo de denúncias do Ministério Público: é acusado de sonegação fiscal por não ter recolhido R$ 22 milhões em ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) da empresa Multilaser, da qual é sócio.
Nas redes sociais, a militância bolsonarista tem condenado o nome de Feder. Os apoiadores reclamaram, principalmente, de uma postura mais liberal por parte do educador. No livro Carregando o elefante — como transformar o Brasil no país mais rico do mundo, de 2007, em coautoria com Alexandre Ostrowiecki, Feder defende bandeiras como a legalização das drogas e a forte redução das Forças Armadas, o que contrasta com os ideais do chefe do Executivo.
Apesar de bombardeado por todos os lados, Bolsonaro, pelo menos por enquanto, não deu sinais de que vai voltar atrás, mas optou por segurar a confirmação de Feder como novo ministro da pasta.