Pela segunda fase da operação “Militia”, deflagrada na manhã desta quarta-feira (17/09), o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), com apoio da Polícia Civil, cumpriu dois mandados de prisão — um em Manaus e outro em Borba — e cinco de busca e apreensão — quatro na capital e um no interior.
Sob coordenação da 60ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (Proceapsp), a ação visa desarticular um núcleo criminoso investigado por utilizar contas bancárias abertas de forma fraudulenta para lavar dinheiro oriundo de extorsões.
Durante entrevista coletiva realizada na sede do MPAM, o promotor de Justiça Armando Gurgel Maia, titular da 60ª Proceapsp, destacou que, com as duas prisões de hoje — entre elas, a de um policial militar reformado —, a operação chega a 11 pessoas detidas desde a primeira fase, em julho.
O promotor ressaltou que o nome de um perito da Polícia Civil foi utilizado de forma fraudulenta em uma das contas de passagem dos valores extorquidos. “Havia forte suspeita desde o início de que o perito não tivesse nenhuma participação, o que se confirmou. Ele colaborou imediatamente com a investigação, contribuindo para a elucidação dos fatos”, afirmou.
Balanço
Na ação, foram apreendidos equipamentos eletrônicos que, segundo o MPAM, são fundamentais para rastrear a movimentação financeira ilícita. “Foram coletados elementos digitais importantes para comprovar a criação fraudulenta de contas e a transferência de valores de forma eletrônica”, completou o promotor.
A investigação também aponta a prática de crimes como extorsão mediante sequestro, falsidade documental, estelionato e lavagem de dinheiro. O grupo investigado seria responsável por abrir contas em nomes de terceiros, muitas vezes também vítimas.
Primeira fase da operação
Em julho, o MPAM realizou a operação “Militia”, com objetivo de investigar o envolvimento de policiais e de um perito com formação de milícia e crimes de roubo e extorsão mediante sequestro.
A operação cumpriu nove mandados de prisão, sendo oito de prisão preventiva contra policiais militares e um de prisão temporária contra um perito da Polícia Civil. Também foram realizados 16 mandados de busca e apreensão.
A investigação foi instaurada após um sequestro realizado no bairro Manoa, em fevereiro deste ano. O caso passou a ser investigado pelo MPAM em virtude da suspeita do envolvimento de policiais na ocorrência. Durante a apuração, promotoria do órgão localizou duas outras vítimas do grupo criminoso, das quais foram extorquidos cerca de R$ 300 mil.