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Ortopedistas denunciam demissões e atraso salarial no HPS 28 de Agosto

No início deste mês, o governo unificou o funcionamento do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto e Instituto da Mulher Dona Lindu. A gestão ficou a cargo da Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde (Agir)

De acordo com os profissionais, atualmente, mais de 100 pacientes estão internados na área de ortopedia do hospital

O Instituto de Traumato-Ortopedia do Amazonas (Itoam), a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia regional e alguns especialistas da área se manifestaram nas redes sociais, nesta segunda-feira (16/12), afirmando que profissionais de longa data foram demitidos pela nova gestão do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. Além disso, a categoria está com os salários atrasados há pelo menos três meses. A matéria é do Toda Hora, assinada pela repórter Marhia Edhuarda Bessa.

De acordo com os profissionais, atualmente, mais de 100 pacientes estão internados na área de ortopedia do hospital e o número de médicos foi reduzido de 12 para quatro.

“Após dedicarem 30 anos de suas vidas ao atendimento no Hospital 28 de Agosto, os médicos ortopedistas do Itoam foram retirados de seus plantões nesta segunda-feira. Mesmo enfrentando atrasos salariais há três meses, esses profissionais mantiveram seus atendimentos até hoje”, publicou o instituto.

De acordo com a categoria, a revolta se deve ao fato do não pagamento, mesmo que a nova gestão do Hospital e 28 de Agosto e o Instituto Dona Lindu recebam repasses milionários.

“Desde o final do ano passado, o governo tem atraso de pagamentos. A gente, como sempre, fica de mãos atadas, mas sendo serviço essencial pra população, nos mantivemos nos nossos postos de trabalho devido a uma ordem de serviço que a gente segue. Foi negociado que a gente recebesse nossos salários certos este ano, mas esse contrato com as empresas médicas foi descumprido. O último salário que recebemos foi em agosto”, revelou a médica Carol Antony, que atuava no Hospital 28 de agosto.

Ela também aponta que o novo contrato reduz a quantidade de leitos de ortopedia do hospital em até um terço.

Laís Ribeiro, outra ortopedista que atua na unidade de saúde, se manifestou afirmando “não ter como ficar calada” e que a falta de pagamento é realmente caótica, considerando que os profissionais possuem despesas e precisam manter suas famílias.

Além disso, ela alertou para mudança no quadro de profissionais com a nova gestão. “Essa empresa contratou outras empresas médicas para trabalhar no 28 de Agosto. Então, profissionais que trabalhavam há 30 anos no hospital, foram demitidos na véspera de natal. Além disso, esses novos médicos ainda não assumiram e continuamos atuando sem contratos”, lamentou.

Mudanças na gestão

No início deste mês, o Governo do Amazonas unificou o funcionamento do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto e Instituto da Mulher Dona Lindu, criando o Complexo Hospitalar Zona Sul. De acordo com o Governo do Amazonas, o objetivo é oferecer maior eficiência e agilidade no atendimento. A gestão do complexo ficou a cargo da Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde (Agir). O contrato de gestão foi firmado no valor global de R$ 2 bilhões. O modelo, conforme o Governo, é considerado eficaz e econômico, uma vez que prevê diminuição de despesas em até R$ 130 milhões por ano.

O acordo engloba todos os serviços administrativos, técnicos, operacionais e finalísticos dos hospitais.

Posicionamento

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) informou que o Hospital 28 de Agosto está funcionando normalmente. "Não há problema de oferta de leitos e nem de atendimento. A unidade, inclusive, ganhou 50 novos leitos".

Ainda segundo a SES-AM, "a mudança de gestão e criação do Complexo Hospitalar Sul, formado pelo 28 de Agosto e Dona Lindu, vem para dar maior eficiência e ampliar os atendimentos, oferecendo à população a mesma qualidade do Hospital Delphina Aziz, que segue o mesmo modelo".

Por fim, a SES-AM ressalta que os hospitais 28 de Agosto e Dona Lindu permanecem atendendo as mesmas especialidades, 24 horas por dia, garantido a cobertura completa de serviços médico-hospitalares aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

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