O corpo do ventríloquo Oscarino Varjão, morto na noite de domingo, 11, foi velado no Salão Nobre do Centro Cultural Palácio Rio Negro, tendo ao lado do boneco Peteleco, postado em uma cadeira, seu parceiro nos quase 60 anos de carreira.
Uma legião de amigos e fãs se dirigiram ao palácio, na avenida Sete de Setembro, para o último adeus ao artista. Outros ventríloquos, que ingressaram na carreira influenciados por Oscarino , estiveram no velório e até levaram seus bonecos para se despedirem do mestre.
— Nunca vai surgir outro Oscarino. Era um artista completo e talentoso Oscarino era único”, comentou, com lágrima nos olhos, Ratinho de Manaus, que se apresentou várias vezes ao lado de Oscarnino e Petelco, fazendo dublagens nos anos de ouro da Jovem Guarda.
No corredor, ao lado do salão onde o artista estava sendo velado, foi colocado sobre uma mesa uma placa concedida pelo Governo do Estado e um escudo do Botafogo de Futebol e Regatas, o seu time do coração. Esta homenagem aconteceu em 4 de agosto de 2016, quando o boneco Peteleco e seu criador receberam, no palco do Teatro Amazonas, receberam o reconhecimento da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), pela sua dedicação à cultura do Amazonas. A homenagem foi entregue pelo diretor de difusão cultural da SEC, Sérgio Cardoso.
As honrarias não pararam por aí. No dia 1º de novembro de 2016, um projeto de lei de autoria do então deputado estadual, hoje vice-governador do Amazonas, Bosco Saraiva, a Assembleia Legislativa, tornou o boneco Peteleco – criação de Oscarino – Patrimônio Cultural e Imaterial do Amazonas. De acordo com os familiares, a última apresentação do ventríloquo aconteceu no palco do Teatro Amazonas, em junho de 2017, quando ele fazia parte do grupo de artistas que se apresentou no projeto “Duetos Populares”, que integrou as comemorações pelos 120 anos do Teatro.
O corpo de Oscarino foi sepultado às 16h, no cemitério São João Batista, cercado por uma multidão de familiares, amigos e artistas populares.