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Parceria entre Seduc e UEA forma mais de 100 mestres da rede estadual de ensino

Convênio com a UEA garante mestrado gratuito e manutenção salarial a professores e pedagogos da rede pública

Mais de 40 profissionais concluíram suas pesquisas e retornaram às escolas - Foto: Divulgação

A Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar mantém, desde 2022, uma parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) para a oferta de cursos de mestrado destinados a professores e pedagogos efetivos da rede estadual. A ação, formalizada pelo Convênio nº 022/2022, integra o projeto prioritário, do Governo do Amazonas, intitulado "Mestre Qualificado", do programa Educa+Amazonas, e já contemplou 105 servidores. Entre eles, 48 profissionais concluíram suas pesquisas e retornaram às escolas, compartilhando experiências e metodologias que fortalecem o ensino público no Amazonas.

O convênio garante afastamento remunerado para estudos, com manutenção integral dos vencimentos e direitos funcionais. A iniciativa tem como foco o desenvolvimento de pesquisas aplicadas à realidade da rede pública, o aperfeiçoamento das práticas pedagógicas e o fortalecimento da gestão escolar, reafirmando o compromisso da Secretaria com a valorização e o crescimento intelectual de seus educadores.

Podcast e literatura amazonense

Entre os mestres formados está o professor Luiz Guilherme Melo, docente de Língua Portuguesa na Escola Estadual de Tempo Integral (Eeti) Altair Severiano Nunes. Sua pesquisa investigou o uso de podcasts como ferramenta para despertar o interesse dos estudantes pela Literatura do Amazonas. A proposta nasceu durante o período de ensino remoto, quando ele percebeu a dificuldade dos alunos em se conectar com obras literárias regionais.

“Essa experiência me transformou enquanto educador.  Pude observar o potencial de ferramentas digitais simples e acessíveis, como o podcast, para renovar o ensino e valorizar a cultura do nosso estado. Acredito que investir em quem faz educação é o melhor caminho para transformar realidades. O 'Mestre Qualificado' é uma política que realmente faz a diferença. Tanto na vida dos professores e, como consequência, também na vida dos alunos”, destacou o professor Luiz.

Educação e identidade

A professora Mikelly Neponuceno, que leciona Filosofia na Escola Estadual (EE) Desembargador André Vidal de Araújo, desenvolveu uma pesquisa autobiográfica sobre educação e identidade de gênero. Em sua dissertação, ela analisa como a escola pode se tornar um espaço de acolhimento e transformação social. O programa possibilitou que Mikelly se dedicasse integralmente à sua formação, com segurança e amparo institucional.

“Minha pesquisa é autobiográfica, onde trago reflexões sobre educação que partem das minhas vivências enquanto uma professora travesti. Meu processo de transição aconteceu na escola, entre colegas e estudantes. Poder refletir sobre isso academicamente, com apoio e respeito, foi essencial. Essa oportunidade me fez compreender que o mestrado pode também ser um espaço de resistência e de produção de conhecimento sobre existências diversas”, ressaltou a professora.

Educação indígena

Representando o interior do estado, o professor Iranildo da Costa Barbosa, da etnia Sateré-Mawé, leciona Educação Física na EE Professora Maria Belém, no município de Barreirinha (distante 331 quilômetros de Manaus). Sua dissertação, intitulada “A educação Sateré-Mawé e a Educação Escolar Indígena de Ponta Alegre: a Cultura, os Saberes e os Processos Educativos”, resgata práticas pedagógicas e conhecimentos tradicionais de seu povo.

O educador destacou o impacto da parceria da Secretaria com a UEA em sua trajetória acadêmica. “A formação foi muito importante para meus conhecimentos sobre educação e para fortalecer a nossa cultura. Precisamos de mais iniciativas assim, para que a educação escolar indígena ocupe espaços ainda maiores”, afirmou Iranildo.

Literatura e representatividade feminina

A professora Anni Marcelli Santos de Jesus, da EE Tenente Coronel Cândido José Mariano, investigou a obra “O guardador de memórias”, da escritora angolana Isabel Ferreira, sob uma perspectiva pós-colonial. O estudo, orientado pela professora doutora Renata Rolon (UEA), busca ampliar a visibilidade de autoras africanas e destacar a relevância da literatura feminina de língua portuguesa.

“Durante o mestrado, pude vivenciar uma formação muito rica, que ampliou meu olhar como educadora. O apoio institucional e a bolsa concedida foram fundamentais para que eu pudesse me dedicar integralmente à pesquisa e contribuir para o reconhecimento de vozes literárias ainda pouco conhecidas”, destacou Anni.

O convênio entre a Secretaria de Educação e a Universidade do Estado do Amazonas reafirma o compromisso do Governo do Amazonas com a valorização do docente e o fortalecimento da escola pública.

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