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Perito é solto após colaborar com investigações sobre milícia formada por policiais no AM

Liberação ocorreu horas após a deflagração da operação que prendeu oito policiais militares suspeitos de integrar grupo envolvido em sequestros e extorsões

A ação, coordenada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), investiga a atuação de uma milícia composta por agentes de segurança pública

O perito criminal da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), que havia sido preso temporariamente durante a Operação “Militia”, foi colocado em liberdade na tarde desta terça-feira (29/07), após prestar depoimento e colaborar com as investigações. A ação, coordenada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), investiga a atuação de uma milícia composta por agentes de segurança pública suspeitos de cometer crimes como extorsão, roubo e sequestro em Manaus.

Segundo o promotor de Justiça Armando Gurgel Maia, responsável pelo caso, a prisão temporária do perito foi essencial para a realização de diligências consideradas sensíveis.

“A prisão temporária tem justamente essa função: permitir que sejam realizadas diligências que exigem o afastamento do investigado, em um ambiente de custódia controlada. Essas medidas foram executadas com sucesso e houve significativa colaboração por parte do perito, o que fez cessar o interesse da manutenção da custódia”, afirmou.

Apesar da liberação do perito, os oito policiais militares detidos continuam sob custódia e devem passar por audiência de custódia nos próximos dias.

Prisões e apreensões

Além do perito, foram presos na manhã de terça-feira quatro integrantes da Força Tática da Polícia Militar do Amazonas (PMAM): Marcílio B. Pantoja, André Luiz Silva de Sá, Alijhone G. Gouveia e Augusto César V. Guimarães; o tenente aposentado Júlio de Almeida Lima Filho; Alerson de Almeida Lima, da 23ª Cicom; João Bosco de Assis Alves, da cavalaria da PM; e Eldon Nascimento de Sousa, do CPA Sul.

Durante as diligências, os agentes apreenderam 17 armas de fogo — incluindo quatro fuzis — e cerca de R$ 11 mil em espécie. Parte da operação ocorreu na sede da Força Tática, na zona Sul de Manaus, onde também foram cumpridos mandados. O material foi encaminhado à sede do MPAM.

Investigações começaram com denúncia de sequestro

De acordo com o MPAM, as investigações começaram em fevereiro deste ano, após a denúncia de que um homem havia sido retirado à força de seu carro por indivíduos armados e encapuzados. A vítima ficou desaparecida por várias horas até ser encontrada por uma equipe da Rocam no bairro Santa Etelvina.

O caso levou à descoberta de outro episódio semelhante, em que um casal foi extorquido em cerca de R$ 300 mil. Segundo o promotor, os alvos do grupo eram selecionados com base em suspeitas de envolvimento com atividades ilícitas. “Eles buscavam dinheiro, armas ou drogas. O objetivo era sempre obter vantagem econômica de alto valor”, detalhou Gurgel.

Até o momento, três vítimas foram identificadas, mas o MP acredita que o número seja maior. A investigação segue em sigilo para não comprometer novas diligências.

PM se posiciona

O comandante-geral da Polícia Militar do Amazonas, coronel Klinger Paiva, disse em coletiva que os policiais presos foram imediatamente afastados das funções e que a corporação não compactua com desvios de conduta. “Esses policiais não representam os mais de 8.500 homens e mulheres que servem à população. Estamos colaborando com o Ministério Público e já adotamos medidas administrativas”, afirmou.

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