Maria das Graças Mota Bernardo, de 64 anos, que ficou à deriva com o corpo do marido morto, vítima de um infarto, contou que os urubus estavam querendo comer o corpo de José Nilson de Souza Bernardo, de 69 anos, quando já estava em decomposição. O casal estava desaparecido há uma semana, em Novo Airão, interior do Amazonas.
Segundo a polícia, a idosa disse que durante esse tempo se alimentou de peixe cru, farinha, água e limão. O marido teria passado mal após jantar, quando tomou um susto ao ouvir um estalo na rede. Maria chegou perto do marido, disse que ele deu um último suspiro e morreu em suas mãos.
Era a primeira vez que Maria saía com José e após a trágica morte dele, o motor da embarcação travou e ela passou os dias remando e com o corpo dele na canoa, até que o mesmo começou a entrar em decomposição e atrair urubus. Um jacaré também teria começado a rondá-los.
Maria usou uma lona e cobriu o corpo do marido. Em certo dia, ela diz que um homem numa rabeta passou perto da canoa e ela pediu ajuda, mas foi ignorada e o ribeirinho simplesmente continuou viagem.
A pescadora lembra que só conseguia forças ao lembrar que precisava dar um enterro digno ao marido. Ela também amarrou uma corda no próprio corpo com a canoa porque não sabia nadar e podia cair.