A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (03/10), a Operação Tupinambarana Liberta, com o objetivo de desarticular associação entre membros de facção criminosa e agentes públicos, os quais entraram em conluio visando a prática de crimes eleitorais em prol da candidatura de Brena Dianná.
Na tarde de quarta-feira (02/10), o governador Wilson Lima exonerou os secretários que aparecem em um vídeo de uma reunião com objetivo de interferir nos resultados da eleição em Parintins. São eles: Fabrício Rogério Cyrino Barbosa e Marcos Apolo Muniz de Araújo e o ex-diretor-presidente da Cosama, Armando do Vale. Pela manhã, o comandante geral da PM já havia afastado o tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos, comandante da Rocam, e o capitão Guilherme Navarro Barbosa Martins, do COE.
De acordo com a PF, a operação mobiliza aproximadamente 50 agentes que cumprem cinco mandados de busca e apreensão em locais identificados durante as investigações em Manaus.
A investigação da PF demonstrou que foram utilizadas estruturas de estado, inclusive, de forças policiais para benefício de uma chapa concorrente à Prefeitura de Parintins.
Além dos mandados de busca, a Justiça Eleitoral determinou a proibição do acesso dos investigados à cidade de Parintins e de contato dos investigados entre si e com coligações partidárias do município.
A Superintendência Regional da Polícia Federal providenciou, esta semana, o aumento do efetivo policial no município de Parintins visando garantir a segurança do pleito na cidade, bem como a liberdade da população para exercer livremente o direito democrático ao voto.
Sobre a investigação
A investigação foi iniciada em razão de notícia de fato apresentada pelo Ministério Público Eleitoral em Parintins à Polícia Federal no dia 16 de setembro. Durante as investigações, surgiram indícios de ameaças de líderes comunitários ligados a uma facção criminosa nacional de tráfico de drogas proibindo o acesso de candidatos à prefeitura a certos bairros, bem como vedação de circulação em determinadas localidades.
Foram colhidos, ainda, indícios acerca da possível inércia de agentes públicos para coibir tais ameaças em prol de uma candidatura à Prefeitura de Parintins. As ações coordenadas do grupo criminoso teriam promovido a espionagem de pessoas ligadas a um grupo político do município e também monitorado o deslocamento de policiais federais com a finalidade de frustrar a atuação da Polícia Federal.
Jornais publicaram vídeos que demonstram autoridades públicas articulando para influenciar diretamente nas eleições da cidade de Parintins, mediante diversas condutas escusas e formas ilegais de atuação.
A operação conta com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar no Estado do Amazonas no acompanhamento da execução em face dos policiais militares envolvidos.
O nome da Operação decorre do termo utilizado atualmente pelos moradores de Parintins, chamando-a de “ilha Tupinambarana, a ilha da magia”, fazendo referência a região que foi habitada por diversas etnias indígenas, dentre elas os Tupinambás. A ação da Policia Federal visa garantir o livre exercício do voto no Município.