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PF vai exumar indigenista para saber se foi assassinado pelo mesmo grupo que matou Dom e Bruno

Polícia Federal quer analisar calibre da munição que matou Maxciel Pereira dos Santos, indigenista da Funai morto em 2019

A Polícia Federal vai exumar o corpo de Maxciel Pereira dos Santos, da Fundação Nacional do Índio (Funai), morto em 2019 em Tabatinga (AM), para tentar descobrir se ele foi morto pelo mesmo grupo que assassinou o jornalista britânico Dom Phillips e indigenista Bruno Pereira. A perícia vai começar pelo calibre das balas com as quais Maxciel foi atingido.

Os restos mortais do indigenista serão trazidos à Brasília nesta terça-feira e vão passar por nova perícia. Os especialistas podem analisar não só o modelo da arma, mas identificar se a munição tem os mesmos traços específicos de armamentos já apreendidos ou de crimes já identificados.

A decisão veio após investigações apontarem que denúncias de Maxciel contra a pesca ilegal na região podem ter sido a motivação do crime. Segundo informações obtidas pela Record TV, três meses antes de ser assassinado, Maxciel participou de uma apreensão volumosa de pescado irregular.

Na operação, o indigenista recolheu de cerca de 350 kg e 40 mil ovos de tracajá, uma espécie de tartaruga, além de 600 kg de carne de Pirarucu, espécies de pesca ilegal fora de áreas específicas de manejo. As apreensões ocorreram em área indígena, onde a pesca é proibida, na região do Vale do Javari, no Amazonas. É a mesma localidade em que o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira foram mortos em junho deste ano.

Às vésperas de completar quatro meses do crime, seis pessoas foram presas pelos assassinatos e ocultação dos corpos de Dom e Bruno. São eles: Amarildo Costa de Oliveira, conhecido como Pelado; Jefferson da Silva Lima, conhecido como Pelado da Dinha; os irmãos de Amarildo, Oseney, Eliclei e Otávio da Costa Oliveira; e o filho de Amarildo, Amarílio de Freitas Oliveira.

Outros três também foram presos por associação criminosa para a pesca ilegal. Um deles é o colombiano Rubens Villar. Segundo as investigações da polícia, Colômbia, como é conhecido, seria o chefe do esquema da pesca ilegal na região. Ele oferecia toda a estrutura para a atividade e armamento para os pescadores.

O homicídio de Maxciel aconteceu em setembro de 2019 e continua sem solução. Na época do crime, o servidor da Funai foi enterrado após uma perícia superficial feita por um perito ad hoc, que é alguém isento indicado pela autoridade policial para o exame, porque na região não havia um perito oficial.

A expectativa agora é que os resultados da perícia balística tragam uma solução para esse crime e apontem se a associação criminosa de Colômbia e os pescadores do Vale do Javari podem ter sido responsáveis pelas mortes de outras pessoas que ofereram risco ao esquema de pesca ilegal.

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