O Produto Interno Bruto (PIB) do Amazonas alcançou, em 2023, o valor de R$ 161,7 bilhões, registrando crescimento de 2,05% em volume de produção em relação ao ano anterior. O resultado confirma a continuidade da trajetória de expansão da economia amazonense e consolida o estado como a 16ª maior economia do Brasil, de acordo com os dados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), desta sexta-feira (14/11).
Em 2022, o PIB amazonense havia totalizado R$ 145,1 bilhões, com alta de 3,27%, impulsionado principalmente pela Indústria de Transformação, pela Administração Pública e pelo avanço das atividades financeiras e imobiliárias.
O secretário da Sedecti, Serafim Corrêa, lembrou que 2023 foi um ano de grandes desafios, marcado por uma seca severa que afetou a navegação e o transporte de cargas, comprometendo o fluxo logístico do estado. Com a articulação do Governo do Amazonas e o apoio da iniciativa privada, portos temporários foram instalados para garantir o recebimento de mercadorias e reduzir os impactos da estiagem na economia.
“O ano de 2023 foi atípico, em que tivemos uma seca prolongada e ficamos 50 dias sem receber um único navio vindo de fora de Manaus. O resultado disso foi um baque muito forte na nossa economia. Ainda assim, o PIB amazonense cresceu e chegou a R$ 161 bilhões, o que é muito positivo, com um crescimento de 2,05%, apesar de todos os pesares. Portanto, boa notícia”, destacou o secretário.
Estrutura
A estrutura econômica do estado manteve-se diversificada, com destaque para os setores de Serviços (46,35%) e Indústria (34,07%), seguidos pela Agropecuária (4,60%) e pelos Impostos sobre produtos (14,98%). O setor de Serviços segue como principal motor da economia amazonense, movimentando R$ 73,9 bilhões em 2023.
Entre as atividades de maior peso estão a Administração Pública, com R$ 27,8 bilhões e crescimento em volume de 2,69%, Outros Serviços, que atingiram R$ 14,5 bilhões, e o Comércio e reparação de veículos, com R$ 13,9 bilhões. Também se destacaram as Atividades Imobiliárias, que cresceram 6,66%, e as Atividades Financeiras e de Seguros, com expansão expressiva de 9,46% em volume.
Indústria
A Indústria amazonense teve desempenho positivo, com crescimento nominal de 12,47%, totalizando R$ 55,1 bilhões em 2023. O destaque foi a Indústria de Transformação, responsável por 81,36% do setor industrial e 27,72% do PIB estadual, refletindo o bom resultado do Polo Industrial de Manaus (PIM), que registrou aumento de 2,21% em volume, especialmente nas linhas de equipamentos de transporte e bebidas. A Indústria Extrativa também apresentou leve alta, enquanto a Construção Civil teve desempenho moderado, influenciado pela redução no ritmo de obras de pequeno porte.
Agropecuária
O setor agropecuário alcançou R$ 7,4 bilhões em 2023, representando 4,60% da economia estadual e mantendo papel relevante na geração de renda e emprego no interior. Na Região Norte, o Amazonas se consolidou como a segunda maior economia, atrás apenas do Pará, que registrou R$ 254,5 bilhões. O PIB regional totalizou R$ 646,5 bilhões, equivalente a 5,9% do PIB nacional.
Defasagem
Os resultados divulgados em 2025 referem-se ao ano-base de 2023, pois o cálculo do PIB segue a metodologia do Sistema de Contas Nacionais do IBGE, conforme recomendações internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU). A apuração considera uma ampla base de informações sobre produção, consumo intermediário, comércio, serviços e indústria, o que exige um intervalo de dois anos entre o período de referência e a divulgação dos resultados consolidados.
Panorama nacional
No cenário nacional, o PIB do Brasil somou R$ 10,9 trilhões, com crescimento de 3,24% em volume, impulsionado pela safra recorde de grãos, pela melhora no mercado de trabalho e pelo controle da inflação. A composição setorial foi distribuída entre Serviços (59,18%), Indústria (22,14%), Agropecuária (6,02%) e Impostos sobre produtos (12,65%).
Entre as unidades da federação, São Paulo manteve a liderança, seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais, enquanto o Amazonas permaneceu estável na 16ª colocação, ampliando ligeiramente sua participação de 1,44% em 2022 para 1,48% em 2023.