A convenção nacional do PL oficializou, neste domingo (24), o presidente Jair Bolsonaro como candidato à reeleição e o ex-ministro da Defesa Braga Netto, como vice. O evento aconteceu no Maracanãzinho, que estava tomado pelas cores verde e amarela.
Atrás do palco, a imagem da bandeira do Brasil e foto do presidente apoiadores e o slogan "Pelo bem do Brasil". A frase é da coligação da chapa de Bolsonaro, e tem como mote a tese de "luta do bem contra o mal", que o mandatário tenta imprimir à eleição deste ano na disputa contra o petista.
O chefe do Executivo está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Lula. Levantamento do Datafolha do final de junho mostra o petista 19 pontos à frente de Bolsonaro, marcando 47% contra 28%, no primeiro turno.
Entre os aliados que subiram ao palco estavam o presidente da Câmara, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), candidato de Bolsonaro no estado; o ministro Marcelo Queiroga, da Saúde; Ciro Nogueira, da Casa Civil; Fábio Faria, das Comunicações; Anderson Torres, da Justiça e Segurança Pública; e Victor Godoy, da Educação.
Também estiveram por lá o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, que disputará o governo de São Paulo; o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello; a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina; o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef; e os deputados federais Hélio Lopes, Bia Kicis e Carla Zambelli.
Um dos políticos mais aplaudidos pelos presentes foi o deputado federal Daniel Silveira, condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a 8 anos e 9 meses de prisão, em regime inicial fechado, por ataques aos ministros da corte. Um dia depois, no entanto, recebeu um indulto de Bolsonaro.
Todos os convidados foram instruídos a levarem suas esposas. A campanha quer dar destaque especial às mulheres no palco.
O PL queria que a convenção deste domingo destacasse o papel da família e, principalmente, das mulheres. Esta fatia do eleitorado é a que o presidente encontra maior dificuldade: segundo o último Datafolha, a rejeição neste segmento é de 61%.
A campanha já vinha insistindo há meses para que a primeira-dama participasse mais das agendas ao lado do presidente. A avaliação é de que ela tem potencial de ser um importante cabo eleitorado junto às mulheres.
Michelle, contudo, vinha resistindo. Por isso, nos últimos dias, integrantes da campanha temiam afirmam categoricamente que a primeira-dama discursaria, ainda que fosse esperada. Coube à ela uma breve fala em agradecimento às mulheres e uma oração - ela é evangélica.
Uma parte do seu entorno fica apreensiva quando o presidente atua no improviso, outra atribuia sua popularidade à sua espontaneidade.
Outro eleitorado em que Bolsonaro precisa melhorar são os jovens, hoje mais propensos a votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A rejeição do mandatário entre esses eleitores é de 60%. Entre estudantes, 60%.
Assim, a campanha organizou cabines de TikTok pelo estádio do Maracanãzinho. Apoiadores puderam gravar vídeos curtos para a rede social com intuito de impulsionar o evento. A rede social é ocupada, predominantemente, pelo público jovem.
O levantamento mostrava que, somando as dez principais hashtags ligadas aos adversários eleitorais, os vídeos de Bolsonaro representaram 92% das visualizações contra 8% de Lula –em números totais, é o equivalente a 10,06 bilhões versus 778 milhões.