Em todo o ano de 2020, a Prefeitura de Manaus notificou 5.284 casos de malária na capital, com redução de 19% em relação ao ano de 2019, quando houve o registro de 6.530 casos. As notificações seguem a tendência de redução da doença nos anos de 2018 (-20,8%) e de 2019 (-21,9%).
Segundo o chefe do Núcleo de Controle da Malária da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), João Altecir Nepomuceno da Silva, a redução nas notificações nos últimos anos é um reflexo de ações de monitoramento, investigação epidemiológica, bloqueios de transmissão dos casos da doença, de educação em saúde, da busca ativa de casos de pacientes com sintomas e da aplicação de inseticida intradomiciliar e nas áreas de registro de casos.
“Além disso, o prefeito David Almeida determinou o fortalecimento das ações da Semsa, que tem trabalhado com diagnóstico e tratamento precoces, buscando reduzir o risco de transmissão, assim como a mobilização rápida das equipes de campo, logo após a notificação de casos nas comunidades em que há registro da doença”, informa João Altecir.
Um exemplo é o trabalho que vem sendo realizado no assentamento ramal da Cooperativa, na comunidade São Sebastião, com acesso no Km 21 da BR-174 (Manaus-Boa Vista), quando houve a identificação de casos de malária em um sítio em que funciona um centro de recuperação para pessoas que querem abandonar o uso de álcool e outras drogas.
O chefe do Núcleo de Entomologia e Controle Vetorial da Semsa, Edvaldo Raimundo Nazaré da Rocha, explica que a localidade, por ser na zona rural e endêmica, registrava de forma esporádica casos da doença, mas que, em novembro do ano passado, a equipe de agentes de endemias identificou um aumento no número de casos e iniciou o trabalho de busca ativa de pacientes com sintomas, fortalecendo a vigilância com o intuito de diagnosticar e tratar todos os pacientes.
Mesmo com esse esforço ainda houve o registro de 20% dos pacientes com reincidência de malária, tornando necessária a mobilização da equipe de Educação em Saúde, da Semsa.
“Segundo os especialistas, quando o paciente segue o tratamento contra malária de forma correta, a doença é 100% curável. Então, a Semsa mobilizou os profissionais para a realização de um trabalho de Educação em Saúde, que levasse até a comunidade orientações sobre a importância do tratamento, para evitar a malária mal curada e possíveis complicações pela doença”, informou Edvaldo Rocha, lembrando que este ano houve o registro de 12 casos de malária naquela localidade.
A partir das visitas das equipes de endemias e de Educação em Saúde, a Semsa realizou o trabalho de termonebulização, com aplicação de produtos químicos específicos para a eliminação do vetor de transmissão da malária, que é o mosquito Anopheles.
“A Semsa também forneceu 60 mosquiteiros impregnados com inseticida e tem executado busca ativa de forma constante de casos suspeitos, com oferta de exames”, afirma Rocha.