A prisão no sábado (24), véspera de Natal, do homem suspeito de ter tentado explodir um caminhão de combustível em Brasília, aumentou o clima de tensão em torno da posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ocorrerá em uma semana.
Petistas, aliados do futuro mandatário e autoridades do país temem novas tentativas de terrorismo e dizem que aumenta a pressão para a desmobilização do acampamento de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), no QG do Exército, na capital federal, a poucos quilômetros da cerimônia de posse.
Autoridades envolvidas na cerimônia do dia primeiro de janeiro falam na necessidade de revisão dos planos e reforço do policiamento diante do cenário.
O caso aumentou a pressão sobre o Exército, que vem sendo há semanas cobrado para desmobilizar os manifestantes que permanecem em frente aos QGs. Ministros do Supremo fazem parte dos que defendem a imediata desocupação do local.
De acordo com integrantes da alta cúpula da força, há intenção de desmontar a estrutura do local até o próximo dia 30. Na condição de anonimato, eles dizem que ainda haverá gente lá no dia da posse, mas o acampamento estará quase 100% desmobilizado.
Integrantes do Exército passaram a desmontar barracas, mudar permissão para estacionamento e proibir trio elétrico no local há cerca de 15 dias. Segundo um general ouvido pela Folha, o feriado do Natal foi importante para garantir que alguns voltassem para suas casas.
Para militares, se a desmobilização for truculenta, pode aumentar a temperatura e piorar o cenário.