A comunidade da Cachoeirinha, um dos mais tradicionais bairros de Manaus encravado na Zona Sul da cidade e com uma população de mais de 20 mil habitantes, saiu em procissão pelo aniversário da padroeira, Santa Rita, neste domingo (24).
Como acontece todos os anos, a data religiosa virou uma grande confraternização de amigos, criados juntos no mesmo bairro e frequentando as missas da igreja localizada na avenida Carvalho Leal, coração da Cachoeirinha.
— Aqui a gente encontra velhos amigos que passamos um ano ou mais, para encontrarmos. A devoção à Santa Rita acaba trazendo todos neste dia 22 de maio. Até os que não moram mais no bairro - comenta Cristóvão Rego Barros cirurgião maxilo-facial que até hoje mantém seu consultório na Cachoeirinha .
Devoto da santa, Cristóvão, o Dr. Cris como é conhecido na comunidade, há muitos anos, distribui rosas vermelhas para os devotos de Santa Rita.
— Está vendo esta camisa aqui? - pergunta , puxando a gola da camisa vermelha - Está surrada, puída, eu venho à procissão com ela há 42 anos - conta o dentista, que relata a história do sofrimento, fé e milagres de Santa Rita àqueles que se aproximam para saber quem foi a freira que nasceu na Itália e foi reconhecida como Santa pela igreja católica.
Por volta das 17h, a romaria com aproximadamente 1.500 pessoas desceu a Avenida Carvalho Leal e seguiu sob o forte calor e um céu tolhido de alaranjado do finalzinho de domingo. Depois dobrou a rua Ajuricaba e seguiu pela Avenida Castelo Branco, retornando à paróquia onde foi celebrada uma missa campal.
Santa Rita de Cássia foi beatificada no ano 1627, em Roma, pelo Papa Urbano VIII. Sua canonização foi no ano de 1900, no dia 24 de maio, pelo Papa Leão XIII e sua festa foi é comemorada no dia 22 de maio de todo ano. Teve uma vida de muito sofrimento e resignação ao sofrer na mão do marido, alcoólatra e violento que acabou assassinado. Rita também perdeu dois filhos e sofreu com uma ferida na testa ao ter um espinho da coroa de uma imagem Jesus cravado no local, ao pedir em oração para sentir a mesma dor do Cristo crucificado.