Mais de 300 pessoas filiadas ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) anunciaram seu processo de desligamento da sigla. O anúncio foi feito no domingo, 6, pelo agrupamento político Movimenta Amazônia Socialista (MAS) do qual os afiliados fazem parte. Uma carta aberta foi divulgada. A informação é do site O PODER.
De acordo com o grupo, a movimentação ocorreu após uma denúncia de violência política de gênero e perseguição política à ex-candidata a vice-prefeita Marklize Siqueira. O grupo alega, ainda, que o PSOL Amazonas não é um partido seguro para minorias e que não impulsiona verdadeiramente lideranças negras, indígenas, PCDs, LGBTQIAP+ ou feministas no Estado.
“Este momento não é fácil para mim que construí uma história de luta do PSOL há sete anos. Mas é insustentável permanecer num ambiente partidário no qual não me sinto segura para fazer política. Eu, como mulher, preciso minimamente estar num local seguro para conseguir fazer política. Espero que o PSOL encontre seu caminho e construa de fato uma instituição partidária que possa um dia acolher e dar segurança institucional a mulheres negras, afroamazônicas”, destaca Marklize Siqueira sobre sua desfiliação do partido.
Desistência
O Movimenta Amazônia Socialista é formado em sua maioria por mulheres e LGBTQIAP+. Eles estavam à frente dos Diretórios, tanto estadual, quanto da capital Manaus e de Santa Izabel do Rio Negro, e renunciaram coletivamente às direções Estadual e Municipais neste domingo, 07.
“Nos organizamos com muita energia da nossa militância para ocupar os diretórios Estadual e Municipais, a partir da liderança de mulheres e pessoas LGBTQIAP+ e isso foi muito importante. Contudo, no decorrer do processo chegamos à conclusão que devido à guerra fratricida entre as tendências em que as divergências passaram a configurar como perseguições políticas e não mais no âmbito da condução do partido, não era mais possível avançar na construção de um programa político consistente materializado em ambiente partidário seguro para segmentos historicamente alijados da esfera política”, explica Jeffeson William, que ocupava o cargo de Presidente do PSOL Manaus. “O estopim foram as conduções antidemocrática das reuniões do Diretório Estadual e os ataques, nas redes sociais, as nossas figuras públicas, a esse respeito já estamos tomando as medidas cabíveis nas instâncias do judiciário. Assim, o PSOL perdeu um dos grupos políticos mais dinâmicos e promissores da esquerda amazonense”, lamentou.
O grupo explicou que foi responsável por colocar o PSOL no “raio de visão da política local” com a Bancada Coletiva, a 5ª mais votada nas eleições de 2020 em Manaus, e com o nome à vice-prefeitura de Manaus, por meio de Marklize Siqueira, que concorreu nas eleições na chapa com José Ricardo do Partido dos Trabalhadores (PT).
O MAS lançou uma Carta Aberta explicando as motivações da desfiliação coletiva A reunião foi realizada neste domingo, 06, na Casa Popular da Cidade Nova, na Zona Norte. Além disso, o grupo também comunicou qual será sua atuação e estratégias para as eleições deste ano.